Brumell Rodrigues dos Anjos, 20 anos, é o único mato-grossense a representar o Brasil no mundial de Educação Profissional – WorldSkills que começa amanhã e vai até dia 27, em Kazan, na Rússia, reúne os melhores estudantes técnicos de 70 países. Para chegar ao mundial, Brumell precisou percorrer um longo caminho. De origem humilde, o jovem fazia o curso de fabricação de móveis planejados, no Senai Distrito Industrial em Cuiabá, quando foi convidado a treinar para a ocupação de Construção de Estruturas para Concreto, mergulhando em uma área ainda pouco conhecida no país.
“Eu via os outros alunos treinando e, com ajuda dos professores e colegas de competição, passei a querer participar também”, conta. Em 2017, conquistou o primeiro ouro na etapa estadual, e no ano seguinte veio o primeiro lugar na Olimpíada do Conhecimento – fase nacional da competição. “Lá em casa sou eu, ela, minha avó e meus dois irmãos. E para sustentar a família, minha mãe se desdobrava e fazia hora extra para que eu pudesse continuar os treinamentos. Isso pesava muito pra ela, mesmo assim nunca deixou de me apoiar. Quero ajudar minha mãe e retribuir tudo que ela fez por mim”, esclarece o jovem que trancou a faculdade de Engenharia Civil para se dedicar a competição e pretende voltar após a WorldSkills.
Desde o início do ano, quando integrou a equipe brasileira, ele passou a treinar em Brasília com estudantes de várias partes do país. “O dia começava com atividades físicas, pois a ocupação exige bastante do nosso corpo. Depois vinha o treinamento em si, por cerca de 10 horas”. Durante o período de treinamento, os jovens tiveram acompanhamento psicológico para lidar com a pressão das provas.
“Estou vivendo o sonho de representar meu país lá fora, em uma modalidade que não é muito conhecida por aqui. Esse é o meu combustível, chegar lá e mostrar o meu melhor. O querer tem que ser maior que o cansaço”, pontua. Brumell não está sozinho nessa, na disputa ele tem a parceria do mineiro Lucas Rodrigues Vigiano, de 21 anos.
A dupla conta com a experiente ajuda da professora Vanessa de Lourdes da Silva, que em 2015 foi bronze no mundial e hoje é expert na ocupação. “Na área de construção de estruturas para concreto, desde que começamos a participar, estamos entre os três melhores países do mundo. Competindo de igual para igual com estudantes da Áustria e da Alemanha, países que são referências nessas tecnologias. Estamos prontos para começar essa disputa e dispostos a fazer o máximo para conquistar novamente um lugar no pódio”.
A WorldSkills é uma competição realizada a cada dois anos com os melhores alunos de países das Américas, Europa, Ásia e África e Pacífico Sul para disputarem medalhas em modalidades que correspondem às profissões técnicas da indústria e do setor de serviço. Este ano é a 45ª edição.
A informação é da assessoria da Fiemt.