A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) está entre as 335 melhores instituições de ensino superior do país de 958 escolas públicas e privadas, em 110 carreiras, avaliadas na 16ª edição do Guia do Estudante, publicado pela editora Abril. A Federal de Mato Grosso aparece entre as 50 instituições públicas com maior percentual de cursos estrelados, e entre as três finalistas do prêmio Destaque Regional Centro-Oeste ao lado da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Universidade de Brasília (UnB), vencedora. Os cursos de Administração, Ciências Contábeis, Direito, Nutrição e Pedagogia do campus de Cuiabá; e de Ciências Contábeis e Pedagogia do campus de Rondonópolis, figuram com quatro estrelas (conceito muito bom), e Agronomia, Educação Física, Engenharia Florestal, Engenharia Sanitária, Geografia, Geologia, História, Medicina, Medicina Veterinária, Química, Rádio e TV do campus de Cuiabá, e Biblioteconomia do campus de Rondonópolis com três estrelas (conceito bom).
O processo de avaliação do Guia do Estudante ocorreu entre os dias 22 de maio e sete de julho de 2006. Foram avaliados 7.299 cursos de 958 escolas, dos quais 2.280 receberam estrelas (cinco, quatro e três) de 335 instituições. Segundo o Guia, 1.441 consultores emitiram 22.458 notas. Cada consultor classificou os cursos conforme os conceitos excelente (cinco estrelas), muito bom (quatro estrelas), bom (três estrelas), regular (duas estrelas), ruim (uma estrela) e ´´prefiro não opinar´´.
A avaliação do Guia do Estudante serviu como base para a seleção dos finalistas da segunda edição do Prêmio Melhores Universidades Guia do Estudante e Banco Real que definiu os 23 vencedores em quatro categorias: As melhores Universidades do Brasil, Destaques Regionais, Empregabilidade e inserção no mercado, e Inovação e sustentabilidade. De acordo com o Guia, para ratificar a transparência da avaliação, o prêmio teve a metodologia e a consultoria técnica do Ibope Opinião e auditoria da PricewaterhouseCoopers (PWC).
Quebra de paradigmas – O pró-reitor do campus de Rondonópolis, Manoel Benedito Nirdo da Silva Campos, considerou positivo o resultado do Guia do Estudante para a região sul de Mato Grosso. Segundo ele, é o reflexo da democratização do acesso e da permanência no ensino superior público. ´´É o reconhecimento do trabalho; e o resultado da capacitação dos professores´´, completa. Voltado para a melhoria na qualidade de ensino, segundo o pró-reitor, o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) do campus foi fechado até 2010, e busca a excelências nas áreas de ensino, pesquisa e extensão.
´´É ótimo figurar entre cursos de ponta; quebra vários paradigmas de que só os grandes centros têm cursos de gabarito, tradicionais´´. Essa afirmação foi feita pelo diretor da Faculdade de Administração, Economia e Ciências Contábeis (FAECC), Edson Antônio Dias Leite, ao comentar as quatro estrelas obtidas pelos cursos de Administração e de Ciências Contábeis. Ele ressaltou o papel da busca do aprimoramento e excelência no ensino, aliados à expansão no número de vagas na graduação. Com o curso de Administração a distância, projeto piloto da Universidade Aberta do Brasil (UAB), foram criadas mais 500 vagas neste ano. Além da busca na excelência em Administração e Ciências Contábeis, a proposta é ampliar a pós-graduação.
Para o diretor da Faculdade de Direito, Carlos Teodoro José Hugueney Irigaray, essa avaliação é importante porque serve de referência para os alunos na procura por uma universidade; e de incentivo para a própria faculdade, professores e estudantes a fim de que possam buscar o aprimoramento cada vez maior. Segundo ele, já estão sendo conduzidas ações estimulando a pesquisa e a pós-graduação – implantação de três cursos de especialização e os esforços para criação do mestrado. ´´Sem contar as ações que envolvem a responsabilidade social da universidade e da faculdade´´, ressalta citando como exemplos o Escritório Modelo de Advocacia Ambiental e o balcão de atendimento na área tributária – esse em fase de implantação.
Questionamentos – A diretora da Faculdade de Nutrição (Fanut), Shirley Ferreira Pereira, também recebeu com otimismo as quatro estrelas recebidas pelo curso. O Guia serve de referência e de orientação para os estudantes que estão escolhendo um curso, explica. Segundo a diretora, as perspectivas são ótimas para o curso de Nutrição, e vão continuar melhorando.
Já o diretor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Domingos Tabajara de Oliveira Martins, é contra e não reconhece esse tipo de trabalho como método de avaliação das escolas brasileiras. Para ele, além de não atender aos critérios do Ministério da Educação (MEC), é uma avaliação mercadológica, feita sem conhecer a realidade do curso in loco. ´´Nosso curso tirou nota cinco no Enade, nota máxima. Essa avaliação (Guia do Estudante) foi feita a nossa revelia. Não reconhecemos esse resultado. Não concordarmos em participar e não repassamos nenhum dado´´, afirmou categórico.
A diretora do Instituto de Educação (IE), Kátia Morosov Alonso, diz que essa avaliação serve apenas como indicador. As análises devem levar em consideração as questões de políticas públicas. Para ela, é importante pensar em políticas públicas para melhorar a qualidade do ensino superior no país e não em ranking. Ao invés do “ranquiamento”, acredita que essa avaliação deveria ser realizada de uma outra forma, de modo a apontar mecanismos para elevar o ensino brasileiro e alcançar o conceito excelente (cinco estrelas).