Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso começam, hoje, a greve por tempo indeterminado. A mobilização compreende os campi de Cuiabá, Sinop, Rondonópolis, Barra do Garças e Pontal do Araguaia e, às 14h, está programada a primeira assembleia após início da mobilização, no auditório da Associação dos Docentes da universidade (Adufmat), na capital, para formação da comissão de greve e outros encaminhamentos, aponta assessoria. Em Sinop, ontem à noite, houve passeata de acadêmios apoiando os professores e técnicos.
A categoria busca melhores condições de trabalho, além de sensibilizar opinião pública para a desvalorização da carreira que, segundo o próprio grupo, está “há mais de 20 anos vem sendo negligenciada por todos os governos”. O menor salário do docente federal hoje é R$ 557, 51, por 20 horas. É reivindicado piso proposto pelo Dieese, de R$ 2.322,35.
Uma pauta interna, com especificidades locais será elaborada pelos professores que reivindicam melhorias do Restaurante Universitário e da Biblioteca Central. A categoria pede investimentos nos cursos de pós-graduação, especialização, mestrado e doutorado. Critica o modelo de produção intelectual na universidade, que está, muitas vezes, a serviço de empresas e não da sociedade e, também, as terceirizações do trabalho na instituição e as regras do estágio probatório aplicadas aos concursados.
Nesta semana, conforme assessoria, a categoria foi surpreendida com a assinatura da Medida Provisória 568, que autoriza o reajuste de 4% e a incorporação da Gemas. Porém a MP não menciona a questão da carreira, o que, segundo o presidente da Adufamt, professor Carlinhos Eilert, “é mais uma forma do governo enrolar a categoria”.
O movimento grevista pode afetar aproximadamente 20 mil acadêmicos no Estado. Somente em Sinop, são cerca de 2,9 mil alunos entre os dez cursos.
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