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Governo pode importar notebooks para atender escolas públicas

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado aos fabricantes nacionais de computadores portáteis durante solenidade de entrega de 5,5 mil notebooks para alunos da rede municipal de ensino de Piraí, na região do Médio Paraíba, no Rio de Janeiro: se os preços dos equipamentos não caírem – e mesmo que ele seja favorável às industrias e equipamentos nacionais -, o governo terá que importá-los para atender as escolas públicas de todo o Brasil. A iniciativa fez de Piraí a primeira cidade do país a distribuir computadores para todos os alunos e professores da rede de ensino municipal.

Lula reclamou da burocracia para licitar a compra de computadores para as escolas e cumprir os planos do governo de colocar computadores conectados à internet banda larga em todas as 55 mil colégios públicas do país até o final de 2010.

“Nós tomamos a decisão de distribuir 350 mil computadores no Brasil. Isso em 2007. Já faz praticamente dois anos e a gente ainda não conseguiu resolver o problema da licitação, porque cada vez que fazemos uma licitação aparece alguém ou alguma coisa para atrapalhar. Nós, na verdade, esteamos querendo combinar uma redução de preços e, embora eu seja o maior defensor da indústria nacional, se ela não conseguir fazer um preço acessível, nós vamos ter que importar alguns para poder fazer com que a inserção digital chegue à população mais pobre desse país”, alertou o presidente.

O presidente Lula disse que tem o sonho de distribuir um computador para cada uma das 34 milhões de crianças da rede pública do país, mas que os preços vem dificultando esse objetivo.

As declarações do presidente da República foram feitas durante discurso para cerca de 400 a 500 pessoas que estavam presentes à cerimônia em Piraí, a maioria alunos e professores das 25 escolas municipais da cidade.

Antes do presidente Lula, também em discurso, o ministro da Educação, Fernando Hadad, criticou a burocracia que dificulta o cumprimento da meta do governo, citando em especial os órgãos de fiscalização que dificultam a implantação do programa. “É preciso que juntemos forças para mudar o quadro educacional do país”, defendeu.

O presidente lembrou que, no início, chegou-se a trabalhar com a perspectiva de produzir um computador mais barato para que o governo pudesse comprar em grande quantidade. “Chegaram a nos propor um computador a US$ 100, mas esses aqui custaram US$ 325 – cerca de R$ 700”, criticou.

O presidente também admitiu a possibilidade de usar a estrutura da Eletronet, empresa controlada pela Eletrobrás, mas que se encontra em processo de falência para atingir as metas de conectar todas as escolas do país à rede da internet através da banda larga.

“Nós estamos brigando a cinco anos para tomarmos conta da Eletronet, que é uma empresa pública que foi privatizada, faliu, e que nós estamos querendo pegar de volta. Está na Justiça há mais de cinco anos e a gente não consegue pegar uma coisa que é nossa, para a gente poder levar a internet banda larga para onde a gente quiser. Não é possível que agente tenha que comprar aquilo que já é do povo”, reclamou.

A distribuição dos 5,5 mil notebooks, somada a outros 700 laptops anteriormente adquiridos por meio do Projeto UCA (Um computador por Aluno), vai beneficiar 6,2 mil alunos das 21 escolas da rede municipal de ensino de Piraí. O investimento foi de R$ 5,3 milhões.

O município foi um dos quatro escolhidos, em 2007, pelo governo federal para implantar o piloto do programa Um Computador por Aluno, do Ministério da Educação. As demais cidades – todas capitais de estado – foram São Paulo, Palmas e Porto Alegre.

 

 

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