Terminou, agora há pouco, a reunião entre o governador Silval Barbosa, dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública de Mato Grosso (Sintep-MT) e deputados. O encontro aconteceu, durante toda a tarde, no Palácio Paiaguás, em Cuiabá, e não houve acordo. Foi criada comissão para analisar as finanças do Estado e as reivindicações da categoria para tentar chegar a um acordo. Nesta 3ª feira começam os estudos.
“Sintep quer que o governo aponte percentual para dobrar poder de compra dos salários, o percentual de hora atividade para os contratados temporariamente para 2014 e calendário da reforma das escolas”, disse o presidente do sindicato, Henrique Lopes.
A representante sinopense do sindicato, Sidinei Cardoso, informou, ao Só Notícias, que a greve na rede estadual de ensino permanecerá por tempo indeterminado. Ela afirmou ainda que, a partir de hoje, os profissionais da Educação acamparão em frente a sede do Tribunal Regional do Trabalho, na capital, como medida para pressionar o governo do Estado a ceder e atender algumas propostas da categoria.
Os profissionais querem uma proposta propositiva do governo para dobrar o poder de compra dos salários em sete anos (eles cobram aumento de 10%), assegurar os percentuais para a integralização do piso para este ano; percentual de horas de trabalho pedagógico para interinos nas portarias que normatizam o ano letivo de 2014, a ser elaborada este ano; data para a posse dos classificados e realização de novo concurso público; aplicação dos 35% dos impostos arrecadados na educação.
O secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf, disse que o governo quer construir uma proposta em cima da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do orçamento para o próximo ano. Nesta terça-feira será debatido o aumento do percentual da Educação e, consequentemente, reajuste do percentual da base salarial da categoria. “O governador determinou uma equipe da secretaria de Educação para tentar construir, junto com o sindicato, aquilo que seja plausível dentro do orçamento do ano que vem. O governo está aberto para tentar solucionar esta questão”, disse.
O secretário de Educação, Ságuas Moraes, disse que, se greve encerrar ainda essa semana, é possível repor as aulas em tempo.
O deputado Alexandre Cesar (PT), da Comissão de Educação da Assembleia, disse que algumas alternativas começam a ser analisadas para incrementar os percentuais de investimentos na educação, “que seja contínuos e achar medidas através do fundo previdenciário, desonerar a folha da educação”.
Na semana passada, o governador explicou que há impedimentos de ordem econômica apontando que o Estado não tem R$ 282 milhões mensais para atender os 10% de aumento reivindicado. Os professores e técnicos estão em greve desde o dia 12.
Conforme Só Notícias já informou, em Mato Grosso são 56 mil profissionais, sendo que 90% aderiram o movimento grevista. Cerca de 400 mil alunos estão sem aulas.
(Atualizada às 21:43h)