Dados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) -aplicada em 2014 e divulgada pelo Ministério da Educação, na última semana- mostram um quadro alarmante no aprendizagem dos alunos no município. Mais de 1,2 mil alunos, de 15 escolas, participaram das provas e, segundo o relatório, 19,47% dos avaliados concluem o 3º ano do ensino fundamental sem saber ler uma frase inteira.
O percentual corresponde ao quantitativo de alunos no nível 1 da ANA, no qual, os estudantes são capazes apenas de ler palavras com estrutura silábica canônica (construídas na ordem de consoante seguida de vogal, como, por exemplo, “cavalo”), não canônica (que não segue a estrutura anterior, como, “dinheiro”) e ainda que alternem sílabas canônicas e não canônicas. "Os níveis dois, três e quatro são adequados. O nível um é francamente inadequado. Ele (o aluno) sequer lê uma palavra", comentou durante a divulgação, o ministro da Educação, Renato Janine.
Nos níveis 2 e 3, estão 71,2% dos estudantes sinopenses. O resultado é melhor se comparado a 2013, quando a fatia de alunos nesta faixa era de 69,26%. Neste nível, os avaliados foram capazes de localizar informações explícitas em textos curtos, ou longos quando a informação procurada estava na primeira linha, reconhecer a finalidade dos textos e identificar um cartaz apresentado em sua forma original, além de inferir sentido em piada e história em quadrinhos.
No último e quarto níveis, estão apenas 9,33% dos estudantes. O município piorou o índice em relação ao ano anterior, quando 11,08% estavam nesta faixa de aprendizagem. Neste nível, os alunos são capazes de reconhecer relação de tempo em texto verbal e os participantes de um diálogo em uma entrevista ficcional. Estão aptos também a identificar pronomes possessivos em poemas; o referente de advérbio de lugar em reportagem; pronomes demonstrativos em fragmentos de texto de divulgação científica para o público infantil; inferir sentido em fragmento de conto e literatura infantil; entre outras habilidades.
Escrita
Outro ponto analisado pelo MEC foi a capacidade de escrita. Neste caso, os resultados foram divididos em cinco níveis. Em Sinop, 8,56% estão no primeiro nível e não conseguem escrever palavras ou apenas estabelecem correspondências entre as letras grafadas e a pauta sonora, sem, no entanto, escrevê-las alfabeticamente. Nesta faixa, os avaliados também não foram capazes de escrever ou produzir textos legíveis.
No nível 2 estão 12,38%; no nível 3 estão cerca de 3,12%; alcançaram o quarto nível 57,77% dos estudantes e, no quinto, ficaram 18,16%. Neste último, os alunos escrevem palavras com diferentes estruturas silábicas; produzem textos com narrativas contínuas, com meio e fim; articulam as partes do texto com conectivos; e segmentam as palavras corretamente.
Matemática – a aprendizagem de Matemática foi considerado um dos pontos críticos em termos de resultados em todo o país. Em Sinop não foi diferente e 22% ficaram no nível 1, no qual os estudantes são capazes apenas de ler horas e minutos em relógio digital; auferir medidas em instrumentos, como termômetro, com valor explícito procurado; associar figura geométrica a imagem de um objeto; contar até 20 partes organizadas ou desorganizadas à sua representação por algarismo; reconhecer planificação de figura; entre outras habilidade.
Ficaram na segunda faixa de aprendizagem, 34,93% dos estudantes. No terceiro nível 19,26%. Por último, no quarto nível, estão 23,78% dos alunos. Estes, conseguiram, segundo a avaliação, entre outras habilidades, fazer cálculos mais complexos, como identificação de categorias associadas a uma frequência específica em gráfico de barra, adição de duas parcelas de até três algarismos, com mais de um reagrupamento (na unidade e na dezena), subtração de números naturais.
De acordo com o governo federal, em 2014 o Brasil tinha 3,2 milhões estudantes matriculados no 3º ano do fundamental, considerando as redes pública e privadas, na zona urbana e em escolas do campo.
A ANA foi aplicada pela primeira vez em 2012. A próxima avaliação está prevista somente para 2016.