O trabalho desenvolvido para garantir o acesso e a permanência dos estudantes de 15 a 17 anos, assim como as metodologias aplicadas para ampliar a oferta de cursos técnicos profissionalizantes no Ensino Médio, conforme previsto pelo Plano Estadual de Educação, serão pautas de avaliação durante a Conferência de Avaliação do Plano Estadual de Educação (Conapee), que acontece de 15 a 18 de novembro, no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá.
Mato Grosso tem trabalhado de maneira intensa para alcançar os objetivos propostos e um deles, o de ampliar em 100% o ensino médio integrado já foi superado. O acesso ao Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (EMIEP) cresceu 1.240% em Mato Grosso no período de quatro anos (2007/2011). O atendimento teve início com a implantação em cinco unidades escolares e hoje são 62, compreendendo um universo de 8 mil estudantes de 40 cidades, mas o trabalho ainda é intenso. “O Ensino Médio é prioridade para Mato Grosso”, diz o secretário de estado de educação, Ságuas Moraes, considerando que o Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) revelou que 44,1 mil pessoas na faixa etária de 15 a 17 anos ainda permanecem fora das salas de aula.
O atual cenário mato-grossense revela que 421 unidades (288 na área urbana e 133 na zona rural) ofertam o Ensino Médio. Hoje, a rede estadual de educação atende a um total de 128.686 alunos e outros 58.892 nas Diversidades Educacionais (indígena, campo, quilombola e EJA).
Atuando em consonância com as metas estabelecidas, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) oferta o Ensino Médio Integrado Profissionalizante, o Ensino Médio Inovador, o Pronatec, o Ensino Médio Noturno Semestral e ainda o Proeja. A formação dos professores e equipe gestora são práticas adotadas para melhorar, cada vez mais, a oferta da educação.
Débora de Andrade Pedro, de 17 anos, é aluna do curso de Agroecologia, disponibilizado no Ensino Médio Integrado Profissionalizante da Escola Estadual Ouro Verde, da cidade de Alta Floresta. O que ela aprende na teoria tem colocado em prática no sítio onde mora, no trabalho com o gado leiteiro e cultivo de hortaliças.
“Nós diminuímos o uso de agrotóxicos, por exemplo. Aprendemos a fazer receitas para o controle de praga empregando apenas produtos orgânicos”. Uma vez na semana, a estudante permanece em período integral para desenvolver atividades. Depois que passei a estudar agroecologia possuo outra visão sobre os ecossistemas”. Débora mora a nove quilômetros da escola de campo em que está matriculada. “Penso em cursar agronomia já que estou estudando nessa área”, finaliza.
Na cidade de Primavera do Leste, a parceria desenvolvida por intermédio da Escola Estadual Alda Gawlins Scoopel, junto à Associação Comercial e Clube de Dirigentes Logistas (CDL) possibilitou que sete estudantes do 3º ano do curso de Vendas pudessem estagiar. A unidade escolar oferta também o curso de Logística e possui, no total, 47 alunos nos dois cursos.
A diretora da unidade, Valéria Isabel Gebert Andreola, pontua que o curso de vendas registrou maior evasão, mas considerando que muitas famílias deixaram o município. “Procuramos sempre incentivar o estudo, criar dinâmicas que facilitem o aprendizado. Ainda enfrentamos dificuldades com os laboratórios, mas todo o empenho empregado têm valido a pena”, disse.
A coordenadora do Ensino Médio da Seduc, Elisabeth Resende, cita que o exemplo pode ser replicado já que a gestão escolar pode e deve se mobilizar em busca de mecanismos e parcerias que possibilitem melhorar a qualidade de ensino e, conseqüentemente, a permanência em sala de aula. “Nós sabemos das dificuldades ainda enfrentadas em termos de estrutura, mas é preciso reconhecer todo o trabalho que vem sendo realizado”. Ela ainda citou que cinco laboratórios de informática estão em construção.