A Assembleia Legislativa deve criar uma Comissão Especial, para discutir juntamente com professores e alunos, melhorias para a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). Três deputados estaduais se reuniram, hoje, com representantes dos professores de Sinop, que estão em greve há uma semana juntamente com oito dos 13 campi do Estado.
O presidente da Assembleia, deputado estadual Guilherme Maluf, o líder do governo na Casa de Leis, deputado Wilson Santos, ambos do PSDB, e Dilmar Dal Bosco (DEM), pediram aos grevistas que possam dar um voto de confiança ao governo Pedro Taques (PDT), que tem apenas 150 dias de gestão. Também se colocaram à disposição para serem interlocutores junto ao Poder Executivo, e propuseram a ampliação da discussão sobre a instituição na Assembleia Legislativa.
“Há falta de transparência nos gastos da Unemat, como representante da sociedade, vou defender isso e discutir mecanismos para alcançarmos essa maior divulgação dos atos da instituição. Vamos também debater sobre a escolha do reitor, de como deve ser feita. Defendemos a Unemat em Cuiabá, mas é preciso debater antecipadamente, como estão os recursos”, disse Maluf.
A categoria cobra o pagamento integral do Reajuste Inflacionário referente à Revisão Geral Anual de 6,22%. O Governo do Estado efetuou o pagamento de 3,11% nesse mês e o restante será pago em novembro. Os professores e alunos também reivindicam investimentos como em laboratórios e realização de concurso público. Ainda nesta terça, em Cáceres, será realizada uma assembleia geral entre professores e alunos para discutir a continuidade da greve.
“A pauta da greve se baseia principalmente na autonomia financeira da Unemat, hoje o recurso que chega é suficiente apenas para pagar folha de pagamento e a capacidade de investimento em infraestrutura, novos laboratórios e novos cursos está inviabilizada. A questão salarial também é um dos motivos da greve, houve negociação salarial prévia com governos anteriores e promessa de quatro aumentos de 10% até 2016, mas foi cumprido apenas um. Quando o governo não recompôs integralmente a inflação desse ano, foi a gota d´agua”, afirmou o representante dos professores, João Carlos Sanches.
O professor do curso de Engenharia Civil também cobrou a falta de transparência na gestão da Unemat. “Estamos trabalhando em situação precária, sem transparência e os gatilhos (aumentos) não foram cumpridos, tem defasagem para a pesquisa, extensão, bolsa para os acadêmicos, para novos laboratórios para cursos criados, necessidade de novos concursos. Entendemos o posicionamento do governo, mas também entendemos que não pode ser feito no salário dos trabalhadores, e por isso queremos sair com garantias, fazendo calendário de pagamento desse gatilho”.
Maluf também lembrou que a Assembleia Legislativa procurou a Unemat para fazer parcerias nos estudos elaborados na Casa de Leis e auxílio nos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que discute os incentivos fiscais, porém, não obteve êxito. “Chamei a reitora aqui e tentamos fazer o convênio com a Unemat, mas não demos conta de fazer por conta de tanta burocracia imposta por eles. A instituição precisa estar integrada ao governo, ao legislativo, a sociedade”, afirmou o presidente.
Representante da comissão dos alunos, Douglas Rodrigues, estudante de Engenharia Elétrica, reconheceu o direito dos professores em fazerem greve e disse que a instituição precisa de melhorias estruturais.
“Vamos fazer uma mobilização estudantil para que seja cumprido o que foi prometido dentro dos planos pedagógicos que não vem sendo realizados pela universidade. O grande prejuízo não é para os professores e sim para a nossa formação. A comissão criada na Assembleia será importante para discutir melhorias para a Unemat”.
Representante da Secretaria de Planejamento, Josiane Andrade participou da reunião, ouviu as demandas e se colocou à disposição dos professores e alunos e também disse que levará as reivindicações ao secretário Marco Marrafon.