O agravamento da crise financeira e administrativa da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) foi um dos principais temas da reunião extraordinária da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultural e Desporto da Assembléia Legislativa, que intermediou as discussões entre o atual reitor Taisir Karin, coordenadores pedagógicos e representantes do DCE de vários campus da Unemat sobre a aplicação dos recursos da ordem de R$ 5 milhões mensais e organização estrutural da universidade no Estado.
Um relatório apresentado ao final do debate resumiu as reivindicações dos 11 campus, que segundo o documento precisam de agilidade. Entre as reclamações, a falta de uma política para desvincular a Unemat do governo, como forma de ser excluída do processo de reforma administrativa do Estado, obter cerca de 2,5% da arrecadação da receita estadual, além dos repasses constitucionais, revisão das extensões dos prédios da universidade, solucionar problemas de vagas de acordo com as regras da Lei de Diretrizes Básica (LDB) e, para isso, revisar o PCCS e assuntos emergenciais.
A presidente da Adunemat e professora Maria Ivonete de Souza criticou a atual reitoria em relação às demandas do campus de Sinop, região Norte. Segundo ela, pelo motivo de a regional reclamar a falta de melhorias administrativas, os profissionais têm tido dificuldades para executar suas funções.
Para o deputado Alexandre César (PT),que participou da reunião, a comissão está realizando auditoria nas contas da Unemat com base no relatório do TCE e a conclusão dos trabalhos devem ser apresentada até o final de agosto deste ano. “Temos grupo de trabalho que já discute várias alternativas para ajudar a melhorar as condições da Unemat”, afirmou o deputado.
Segundo o reitor Taisir Karin, a previsão de receita da instituição é de R$ 69 milhões até o final do ano. Ele admitiu a crise que tem afetado sua gestão, porém, afirmou para uma platéia de aproximadamente 120 pessoas, que mesmo com recursos limitados tem conseguido atender algumas demandas emergenciais. “É normal que essa situação gere descontentamento e um clima de caos dentro da instituição. Mas estamos atuando dentro do limite”, disse.
Sobre a reprovação de suas contas, ele afirmou que sanou todas as pendências junto ao Tribunal e que, também é contra a proposta de reforma, que na sua avaliação tira autonomia da universidade em alguns pontos. “A universidade tem que ter vida própria”, defendeu.
A Unemat está presente em 112 municípios com 82 cursos de graduação para um total de 15 mil alunos. O secretário de Ciência e Tecnologia, Chico Daltro disse que, a proposta de reforma administrativa do Estado, incluindo a Unemat não deve ser encarada como forma de retrocesso. “Não intenção de se promover interferências na autonomia da instituição, mesmo porque, ela é parte integrante do Estado”, disse Daltro.
Uma nova reunião, hoje, com os profissionais de ensino e a senadora Serys Marli (PT), debaterá as propostas de melhorias para a educação do Estado.