Apesar de uma série de medidas implementadas pelos governos das esferas federal, estadual e municipal para erradicar o analfabetismo na população nos últimos anos, os avanços na área da educação ainda caminham a passos lentos. Nos últimos anos, a redução do analfabetismo não acompanhou com a mesma velocidade o crescimento populacional. O resultado desse cenário grave mostra a necessidade da adoção de medidas urgentes.
Entre 2004 e 2009 o número absoluto de analfabetos com 15 anos ou mais aumentou em Mato Grosso. Em termos relativos, a taxa de pessoas que não sabem ler nem escrever subiu de 10,1% para 10,2%. Em 2004, quando a população era de pouco mais de 1,9 milhão, o Estado possuía 199,5 mil analfabetos. Em 2009, eram 231,9 mil ante um universo de 2,2 milhões de habitantes.
Do número de analfabetos existentes no Estado com 15 anos ou mais, a maioria reside na zona urbana. Ao todo, há 154,4 mil analfabetos espalhados entre as cidades da unidade federada. Outras 77,4 mil moram na zona rural. O percentual de analfabetos cresceu entre 2004 e 2009 na zona rural: evoluiu de 16,7% para 18,3%. No urbano foi de 8,2% para 8,3%.
A situação do analfabetismo no país resulta de um estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), divulgado nesta quinta-feira. De acordo com o Ipea, o contingente de analfabetos e a taxa de analfabetismo em Mato Grosso podem ter sido afetados entre 2004 e 2009 pela variável demográfica, especialmente pela migração de trabalhadores agrícolas não alfabetizados, já que o Estado integra a fronteira agrícola brasileira. Em quatro anos, o crescimento da população de 15 anos ou mais no Estado atingiu 15,6% no período sob análise, índice acima da média brasileira, que foi de 9,8%.
O levantamento elaborado com base nos dados da Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios (Pnad) mostrou ainda que os Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Santa Catarina, Rondônia e Acre tiveram crescimento no número absoluto de analfabetos. No entanto, quando observados apenas a vertente “termos relativos” (percentual), a taxa de analfabetismo cresceu apenas Santa Catarina e em Mato Grosso.
Cor e raça
Em Mato Grosso o número de brancos analfabetos no período avaliado avançou de 43,1 mil para 63,6 mil. A taxa progrediu de 5,6% para 7,1% da população com a referida faixa etária. Quando entra em cena a população negra ou parda o número de pessoas consideradas analfabetas foi de 150,7 mil em 2004 para outras 165 mil em 2009. O percentual, por sua vez, apresentou queda: 12,8% para 12,2%.
Sexo
Em 2004 havia 95,9 mil analfabetas em Mato Grosso. Em 2009 eram 119,7 mil. A taxa subiu de 9,7% para 10,4%. Para o sexo masculino eram 103,6 mil analfabetos em 2004 e 112,2 mil no ano passado. Para os homens a taxa reduziu entre os anos e fechou 2009 compreendendo 9,9% da população analisada.
Brasil
Na faixa etária de 15 anos ou mais, houve redução do número absoluto de analfabetos de pouco mais de 1 milhão de pessoas em todas as regiões do país, que corresponde a uma queda de 7%. Em termos relativos, a taxa de analfabetismo caiu cerca de 1,8 ponto percentual (p.p.), passando de 11,5% para 9,7%.