O comércio varejista de Mato Grosso registrou aumento de 17,7% na receita referente aos sete primeiros meses deste ano em relação ao ano passado. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) e foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda de acordo com o balanço, as vendas locais cresceram, no mesmo período, 12,9%.
O desempenho estadual está acima do nacional. No país, a receita acumulada é de 16,3%, ou seja, 1,4 ponto percentual a menos que a de Mato Grosso. Já na venda, a diferença é um pouco maior, chegando a 2,3 pontos percentuais a mais para o Estado, já que o Brasil registrou alta de 10,6% de janeiro a julho deste ano em relação à mesma época de 2007. Para o vice-presidente da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio-MT), Hermes Martins, se houve aumento nas vendas, naturalmente a receita aumenta, pois se trata do ganho do comerciante sobre o produto que foi negociado. Apesar da explicação, ele afirma não saber explicar exatamente o porquê da diferença entre o percentual de variação da receita e o de venda, que chega a 4,8 pontos percentuais, e não na mesma proporção. “Pode ter ocorrido de em um período as vendas terem aumentado significativamente, o que acarreta em um lucro maior por parte dos lojistas, já que a saída de mercadorias foi maior, e reflete nos números como um todo”, comenta Martins ao se considerar surpreso com os dados do IBGE, já que no Estado as vendas vêm registrando uma média de 10% de alta ao mês.
O que pode explicar a afirmação do vice-presidente acerca de uma maior movimentação em determinado período, o que acaba refletindo no acumulado do ano, são os dados apresentados pelo instituto referentes ao mês de julho. Segundo o balanço, as vendas aumentaram 17% em relação ao sétimo mês do ano passado, acima dos números computados em junho e maio, de 12,6% e 13%, respectivamente. Já na receita, a alta de julho somou 22,7% sobre o mesmo período do ano passado, e 18% em junho e 17,9% em maio.
Na análise do presidente da CDL Cuiabá, José Alberto Aguiar, se o cenário permanecer nestes patamares é possível que Mato Grosso encerre 2008 com alta de 12% nas vendas. Conforme ele, a elevação na taxa Selic não vai influenciar no comércio, cujas parcelas são poucas, podendo ter impacto nas vendas de prazo mais longo.