As vendas no comércio varejista aumentaram 1,1% em novembro, na comparação com o mês anterior, completando sete meses de resultados positivos. Em relação a novembro de 2008, a alta foi de 8,7%.
De janeiro a novembro, o setor acumula crescimento de 5,5% quando comparado ao mesmo período do ano anterior e, no acumulado dos 12 meses encerrados em novembro, as vendas registraram acréscimo de 5,3%.
Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio foram divulgados hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e revelam, ainda, que a receita nominal de vendas no comércio teve aumento de 1,3% na passagem de outubro para novembro. Em relação a novembro de 2008, a expansão foi de 11%.
Na passagem de outubro para novembro, sete das dez atividades pesquisadas apresentaram variação positiva nas vendas. Os destaques foram móveis e eletrodomésticos (5,9%); material de construção (2,7%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,9%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,2%).
Na comparação com novembro de 2008, todas as atividades pesquisadas tiveram expansão no volume de vendas. O destaque ficou com o segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que apresentou alta de 8,2% e foi responsável pela principal contribuição à taxa global do varejo.
O documento do IBGE ressalta que o desempenho do setor pode ser explicado pelo "aumento da massa real de salários e pela estabilização dos preços dos alimentos, aliados à ampliação do programa de transferência de renda, que tem no Bolsa Família o principal destaque".
Também tiveram expansões significativas na comparação com novembro do ano anterior equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (19,2%) e móveis e eletrodomésticos (13,9%).
O levantamento revela ainda que as vendas do comércio varejista ampliado – que inclui veículos e motos, partes e peças e material de construção – registraram expansão de 0,6% na comparação com outubro e de 16,4% em relação ao mesmo período do 2008.
O setor de veículos e motos, partes e peças, um dos mais atingidos pelos impactos iniciais da crise financeira internacional, registrou em novembro de 2009 crescimento de 37,1% e atingiu a taxa mais elevada de toda a série mensal da atividade.
O documento destaca que esse resultado foi influenciado pela baixa base de comparação, já que em novembro de 2008 foi verificado um reduzido volume de vendas (-20,3% sobre novembro de 2007). Os técnicos do IBGE também observam que o desempenho pode ser explicado pela política de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos de até 2000 cilindradas, somada à gradativa retomada do crédito ao longo de 2009.
O segmento de materiais de construção teve aumento de 4,7% no volume de vendas sobre novembro de 2008, registrando a primeira alta depois de 12 meses de queda. Com o resultado, não houve recuperação em relação aos efeitos da crise financeira, "mesmo com os incentivos oficiais de redução do IPI para um conjunto de produtos básicos do ramo". De janeiro a novembro de 2009, o setor acumula perda de 7,7%.