Pelo primeiro mês no ano, o segmento de materiais para construção apresentou queda nas vendas. Outubro registrou redução de 10% em relação a setembro de 2011, segundo levantamento da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Mato Grosso (Acomac-MT).
De acordo com o diretor-executivo da Acomac-MT, Igor Cunha, os 21 dias de greve dos bancários em todo o Estado que terminou apenas no dia 17 de outubro, sendo considerada a maior dos últimos 20 anos da categoria, foi o principal motivo para a redução nas vendas de materiais para construção. "Como os bancos ficaram fechados durante muitos dias e os pagamentos nas lojas deste segmento são feitos principalmente à vista, houve a diminuição de aproximadamente 10% das vendas, pois os clientes encontraram dificuldades até para liberação de crédito nas instituições financeiras", explicou.
Outro fator relevante em Mato Grosso para a diminuição das vendas em outubro no setor ocorreu pela falta de cimento no mercado. "Precisamos fazer um trabalho específico para trazer de outros Estados, o que demorou aproximadamente 15 dias. Com certeza, esta questão também resultou na redução", lembrou Cunha.
O Grupo Todimo foi uma das empresas de materiais para construção que sentiu o reflexo da redução nas vendas no mês passado. "Além da greve dos bancos, também analisamos que o consumidor está em dúvida para consumir devido aos fatores macroeconômicos. Os países da Europa como Grécia e Espanha estão com dificuldades financeiras, o mercado fica instável e a população prefere conter os gastos", argumentou o gerente de Marketing da empresa, Tiago Guimarães.
A elevação nas taxas de juros como do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) que no ano passado esteve abaixo de 10% e atualmente está em 11,5%, também afastaram os consumidores dos estabelecimentos comerciais.
Apesar dos aspectos negativos do mês de outubro, a Acomac-MT acredita que o setor de materiais para construção fechará o ano de 2011 de forma positiva em relação ao ano passado. "Estamos prevendo o aumento de 5% nas vendas se compararmos com 2010", avaliou o diretor-executivo da associação.