A Usina Hidrelétrica Sinop começou a contagem regressiva para iniciar a geração de energia elétrica. A secretaria estadual de Meio Ambiente (Sema) emitiu, esta semana, a licença operacional considerada uma etapa decisiva do processo de licenciamento e o caminho para geração de energia.
O diretor-presidente da companhia, Ricardo Padilha, explicou, há pouco, em entrevista coletiva, que a licença de operação “é um dos documentos necessários para se juntar a outros da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para que de fato possa ter o despacho para geração de energia. Isso é um caminho que ainda vai ser percorrido, nós temos testes para serem feitos e finalizados. A partir daí, com esses testes confiáveis e atendendo a regulação, nós podemos através da ANEEL ter o despacho e poder gerar comercialmente”.
“Depois dos testes iniciais (produção) vamos gerar energia de maneira testada. É um período que leva 96 horas e é nesse período que vai dar a confiança para que o processo possa seguir. Uma vez dada a confiança em 96 horas ininterruptas de geração, aí sim acontece um despacho, nós atendemos os procedimentos regulatórios e a partir dai a ANEEL fala (que) pode gerar energia. Nossa expectativa é que no mês de setembro possamos ter esse ciclo fechado. Obviamente que isso depende de testes que podem de fato escorregar para um próximo mês, mas nossa expectativa é fechar esse testes todos e gerar comercialmente para estar atendendo 1,6 milhões de pessoas em setembro”, acrescentou o presidente.
As turbinas vão operar de acordo com a vasão do rio Teles Pires. “Estamos em um momento de seca, então vamos fazer e exigir da máquina uma potência máxima nesse momento, apenas como teste, mas a tendência é que essa produção de energia seja enquadrada no regime do rio. Hoje, as vasões estão entre 350 a 400 metros cúbicos por segundo. Cada máquina nossa tem uma vasão de 800 metros cúbicos. Então, a geração diminui em períodos de seca e vai para capacidade máxima em períodos de chuva”.
Ricardo lamentou a demora em ter sido liberada a licença operacional. “Já era para ter saído. Esse é um prejuízo que a gente carrega como empreendedor, uma vez que as situações de regulação e licenciamento tem seu tempo de maturação. De fato isso tira um pouco da viabilidade do investimento. Mas, estamos firmes e acreditando que possamos ter esse empreendimentos funcionando atendendo o Brasil como um todo, dando segurança energética para o país e considerando que é uma energia barata e limpa. Apesar de ter um impacto ambiental, sabemos disso, mas é considerada ‘limpa. Então, é com esse propósito e com essa alegria que a gente comunica a todos que de fato nós vamos, em setembro, iniciar os testes dando certo podemos gerar energia para atender o que corresponde a metade da população do Estado de Mato Grosso”, emendou.
O empreendimento tem capacidade para gerar 401,88 megawatts (MW) de energia, o suficiente para abastecer região com 1,6 milhão de habitantes.
Hoje a usina tem em média 600 funcionários, (já chegou a 3 mil quando estavam sendo feitas obras) e quando as turbinas forem ligadas devem trabalhar de 30 a 40 operadores.
São R$ 2,8 bilhões em ativos na Usina Hidrelétrica Sinop implantada no rio Teles Pires entre os municípios de Cláudia e Itaúba. O reservatório abrange também parte dos municípios de Cláudia, Sorriso, Itaúba e Ipiranga do Norte.