Um dos fatores que impactou na decisão do governo do Estado, que optou pela implantação do Ônibus de Trânsito Rápido (BRT), em vez de retomar as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), foi o alto valor da passagem que o modal possui. Conforme o estudo técnico, a tarifa do VLT custaria R$ 5,28, enquanto a do BRT ficaria em R$ 3,04 – o que representa uma tarifa 42% mais barata em comparação com a do VLT.
Para cobrir a diferença entre as tarifas, haveria o custo adicional de R$1,9 milhões ao mês, cerca de R$ 23,2 milhões ao ano. Seria necessário ainda que o Estado custeasse o montante, subsidiando o preço da passagem, ou que esta diferença fosse repassada para o cidadão, que pagaria mais caro para se locomover na região metropolitana.
Um dos apontamentos do estudo técnico é de que a tarifa estimada para o VLT ficaria superior até mesmo ao valor praticado atualmente no transporte coletivo municipal em Cuiabá e Várzea Grande, que é R$ 4,10 por trajeto.
O déficit apontado traria outro problema no futuro, já que o custo de expansão da linha ficaria muito alto, inviabilizando que o modal acompanhe o desenvolvimento urbano e amplie o atendimento da população com mais integrações.
As tarifas foram estimadas pela Oficina Consultores – empresa de engenharia com foco em Mobilidade Urbana e Transportes – que realizou um estudo de demanda e oferta, e a atualização da matriz de origem e destino.
O valor da tarifa atrativa do BRT foi calculado em um cenário “otimizado”, em que a frota completa de 54 ônibus seria adquirida pelo Poder Público, e com o investimento de R$ 430 milhões para toda a implantação. Enquanto para o término do VLT, seria necessário mais R$ 763 milhões, que somado com o R$ 1,08 bilhão já pago, custaria aos cofres públicos cerca de R$ 1,8 bilhão.
O governador Mauro Mendes definiu, levando em conta estudos elaborados pelo governo e pelo Grupo Técnico criado na Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, que a implantação do BRT é a melhor opção para a mobilidade urbana de Cuiabá e Várzea Grande. O anúncio aconteceu nesta segunda-feira (21.12).
O governo pediu a mudança de modal ao Ministério do Desenvolvimento Regional, com base nas irregularidades encontradas no contrato do VLT, o tempo de conclusão das obras, o valor a ser investido, e o valor da tarifa final para o cidadão.