A maioria dos produtores de Mato Grosso ainda aguarda que o período chuvoso se intensifique para começar o plantio da safra 2010/2011 de soja. As poucas chuvas que caíram em solo matogrossense nos últimos dias não foram suficientes para dar início ao plantio da próxima temporada da oleaginosa, que poderia ter começado desde 15 de setembro. Já os sojicultores que se arriscaram plantando na terra seca estão confiando nas previsões meteorológicas, que apontam chuva para os próximos dias.
Os produtores que adiantaram o processo temem perder área para o plantio da safrinha de algodão e milho, que tem início logo após a colheita da safra de soja. O gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso Aprosoja/MT, Luiz Nery Ribas, afirma que o plantio segue timidamente em todo o Estado. “A maioria está aguardando para plantar após o dia 10 deste mês”. Conforme ele, a segunda safra de milho e algodão podem sofrer redução em virtude do cenário atual.
É o que está acontecendo com o produtor de Campo Novo do Parecis (a 396 km de Cuiabá), Alex Noboyoshi, que planeja plantar 6 mil hectares de soja nesta safra. Ele diz que não irá se arriscar enquanto as chuvas não forem mais intensas. “Estamos acreditando na previsão do tempo de que irá chover breve”. Ele conta que, normalmente, inicia o plantio no dia 30 de setembro mas que este ano deverá esperar até a segunda semana do mês de outubro paracomeçar a semeadura do grão. “Sei que tomando essa atitude irei provocar a redução da safrinha de algodão. No entanto, prefiro não me arriscar tanto”. O sojicultor Hernandes Piccoli diz que em Sorriso, os produtores também aguardam clima melhor para plantar. “Estamos com tudo pronto, só esperando chover”. O produtor pretende cultivar mil hectares da oleaginosa.
Custos – De acordo com levantamento do Instituto Matgrossense de Economia Agropecuária (Imea), os custos para a safra 2010/2011 estão menores que o do ciclo anterior. Conforme a pesquisa, os custos operacionais (que incluem insumos como sementes, fertilizantes, defensivos e operações agrícolas colo mão-de-obra, colheita e dessecação pós colheita) na região Sudeste está em R$ 997,31, valor 9,1% menor que os R$ 1,087 mil registrados na temporada anterior. Em outras localidades porém, houve uma leve alta de 1,6%, como ocorreu na região Médio-Norte. Em Sorriso, o custo operacional está avaliado, segundo o Imea, em R$ 899,93 para a temporada 2010/2011, contra R$ 885,51 na safra passada.