Com capacidade para receber 40 mil cabeças de gado ao ano, será lançado neste domingo, em Sinop, o segundo maior projeto de confinamento do Mato Grosso. Instalado em uma área a cerca de 15 km da cidade, atuará na terminação do animal para abate, padronizando a carcaça e atendendo as exigências do mercado. O investimento é do grupo Frialto e deve chegar a R$ 5 milhões, gerando 40 empregos diretos e mais de 80 indiretos.
O empresário Paulo Bellincanta disse, em entrevista coletiva, que a unidade atenderá pecuaristas de todo o Nortão. “O confinamento proporciona que os animais tenham um acabamento de carcaça, uma terminação muito mais homogênea, e isso sem dúvida valoriza o produto e possibilita com que as exportações sejam facilitadas a partir de um melhor produto”, declarou.
Para entrar no confinamento o animal deverá pesar entre 13 e 15 arrobas. Lá eles ficarão até obter o peso exigido pelo frigorífico, num período que varia entre 60 e 90 dias. A alimentação será feita com silagem, suplementação mineral e outros nutrientes como farelo de soja, milho, caroço de algodão. Os animais serão separados em baias de acordo com o peso e sua evolução será acompanhada diariamente.
A unidade fica em uma área de 1,5 mil hectares e deve receber os primeiros animais no final de maio. Bellincanta explica que o confinamento funcionará até final de outubro, período de seca na região em que os animais deixam de ganhar peso devido o desgaste do pasto. Diariamente comportará 18 mil cabeças.
O empresário destacou que o sistema de confinamento é novo no Estado, mas já vem sendo adotado há anos em Minas Gerais, Goiás e São Paulo, entre outros. “Os números que temos e a experiência que buscamos junto a outros confinamentos no Brasil todo mostram que será altamente viável fazermos o processo de confinamento e terminação aqui no Norte do Estado”, concluiu.
Além de atender as exigências do mercado, o sistema reduz os custos ao produtor, de nove para três meses. Este deve ser um grande passo para a região ser autorizada a exportar carne ao mercado europeu, considerado um dos melhores compradores e padrões para o mundo.
Bellincanta explicou que o setor espera para este ano a habilitação da região Norte e exportar sua produção. Uma equipe de europeus devem visitar o Estado em março e vistoriar propriedades e frigoríficos. “Mato Grosso tem um trabalho sanitário que é modelo para o país e a União Européia já sinalizou a liberação para exportações”, acrescentou. Atualmente, o frigorífico do grupo Frialto exporta grande parte de sua produção para o Oriente Médio.
O lançamento, no domingo, deve reunir autoridades e pecuaristas de toda a região, que também participarão de uma palestra sobre mercado futuro. Também será feita uma vistoria com o delegado do Ministério da Agricultura no Estado.