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Sinop: restaurantes e bares fechados por decreto têm grandes prejuízos e a maioria futuro incerto

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Só Notícias/David Murba (foto: Maurício Vitorino)

O decreto do poder público que suspendeu, por conta da pandemia do Coronavírus, o funcionamento de restaurantes, lanchonetes, bares e conveniências por mais de 15 dias está trazendo grandes prejuízos para empresários do setor em Sinop. Só Notícias ouviu donos de três das maiores empresas no segmento, no setor, que junto relatam dívidas acumuladas que ultrapassam R$ 400 mil, sem contar com a perda do estoque perecível e provocou a demissão de vários funcionários. A medida afetou cerca de 900 estabelecimentos do segmento que, na última segunda-feira, foram autorizadas a abrir as portas. Mas, ontem, foi ajuizada ação civil pública que a justiça julgará pedindo que voltem a ficar fechados, operando apenas em delivery (entrega).

Os empresários ouvidos por Só Notícias preferem não se identificar e relatam a grave crise que o setor passou a enfrentar com mais de duas semanas de portas fechadas, sem vendas. Um grande bar dispensou 5 colaboradores que estavam em experiência. 13 entraram em férias coletivas. O prejuízo somente na primeira semana foi de R$ 61 mil. “Hoje os boletos em minha gaveta já ultrapassam R$ 130 mil. Perdi meu estoque de chopp. Para voltar a trabalhar tenho que fazer uma compra de pelo menos R$ 20 mil. O prejuízo afeta muita gente, fazemos compras de grande, médio e pequenos fornecedores”, explica. “O nosso estabelecimento já é obrigado a ter uma higiene dez vezes maior que os outros. Restaurante não é diferente dos outros. Uma caixa de supermercado, por exemplo, atende quantas pessoas? Quantas pessoas estão aglomeradas no mercado? Os garçons tem toda uma higiene, com álcool gel e tudo mais. Uma atendente de pedágio, também quantas pessoas não passam pela cancela? Tem tudo isso”, questiona, referindo-se a outras empresas continuarem funcionando.

Um dos tradicionais restaurantes da cidade também está sentindo muito os efeitos da medida. Em média, no almoço e jantar, servia 300 pratos. O prejuízo passa de R$ 200 mil e teve que recorrer a reservas para honrar os pagamentos de funcionários e fornecedores. Cinco colaboradores tiveram que ser dispensados, outra parte entrou em férias e um número reduzido de cozinhas, atendente e entregadores ficaram para atendimento delivery que representa volume muito menor em relação ao dia a dia no restaurante. “Não sei porque nosso setor é tão penalizado assim. Também temos que comer, nossos funcionários também. O delivery não consegue manter nossas despesas. Tive casos de funcionário chorando, pedindo para que não fosse demitido. Ficando aberto nem que seja 50%, conseguimos pelo menos manter os empregos”, desabafou a empresária.

“O vírus está em todo lugar, não só no restaurante, no supermercado também pega, na loja também pega. Por que não nos deixam trabalhar?. Adotamos todas as medidas de segurança, (depois do novo decreto da prefeitura) com espaços entre as mesas, higienização e redução de público. Precisamos pagar os salários e manter nossas contas em dias. O cuidado é sim necessários, todo tem que ter, mas nosso setor foi muito castigado”, acrescentou.

Em um grande bar localizado no centro da cidade, onde trabalham 40 funcionários, os sócios decidiram por suspender os contratos com fornecedores por 60 dias e avalia demissões da maioria. Os que ficarem terão jornada de trabalho reduzida. O prejuízo desse estabelecimento já ultrapassa R$ 100 mil. “Até aqui os sócios seguraram a peteca, mas agora estamos fazendo a suspensão do quadro de funcionários. Os sócios tiraram dinheiro do bolso, de outros investimentos para pagar salários dos colaboradores. Isso que nossa empresa é bem estruturada, agora imagina quem não é’, disse o gerente, referindo-se as empresas do setor de menor tamanho que encontram ainda mais dificuldades para tentar superar a crise.

“Estamos com o estoque lotado (bebidas) e não conseguimos vender. O que é perecível já estragou. Então, quando abrirmos vamos ter que tirar dinheiro de onde não temos para fazer uma nova compra”, acrescentou.

Desde 16 de março quando as primeiras medidas restringindo funcionamento foram impostas, poucos restaurantes, pizzarias, lanchonetes estavam estruturados para fazer a entrega no sistema delivery. As pequenas empresas, muitas delas onde trabalham praticamente só as pessoas da família, não estão operando com entrega e correm risco de fecharem as portas definitivamente.

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