A Câmara dos Dirigentes Lojistas decidiu não fazer mais parte da UNESIN (União das Entidades de Sinop), criada em 2014, com mais de 20 entidades de classe do município. A decisão foi tomada pela maioria da diretoria da CDL e o presidente Marcos Antonio Alves explicou houve “divergências de pensamentos” e aponta que faltou apoio a mobilização para defender a retomada da abertura de parte do comércio após os decretos do poder público que restringiu o funcionamento de alguns segmentos do comércio, mês passado, por conta da pandemia do Coronavírus.
A CDL explica, em nota, que buscou, junto à gestão municipal, dispositivos para permitir a flexibilização das medidas impostas que restringiu a atividade comercial autorizando apenas os serviços essenciais, como supermercados, farmácias e postos de combustível. A articulação da CDL ajudou a implantar normas para a retomada do funcionamento do comércio, de forma restritiva, sem prejudicar as medidas de contenção à epidemia, mas também sem estrangular a atividade econômica e aponta que, “nesta ação a CDL não teve o apoio da União das Entidades. O comércio, a prestação de serviço, as lojas, são o pilar da economia de Sinop. Quase 60% do PIB (Produto Interno Bruto) do município vem desse setor. Encontrar mecanismos para que essas empresas continuem produzindo é o mesmo que manter a economia local viva. Sem a riqueza produzida pelo comércio não haverá dinheiro para financiar a saúde. Seja para o surto de Coronavírus ou para qualquer outra enfermidade”, argumentou Marcos Alves.
A CDL tem mais de 1,4 mil empresas filiadas. “Foi criada para atuar em defesa do comerciante, da economia local e manutenção das leis que geram uma concorrência leal entre lojistas. E é nisso que focaremos mais”, acrescentou o presidente.
Outro lado
O presidente da Unesin, João Carlos Carnelos, lamentou a decisão da maioria da diretoria da CDL e disse que busca entender os motivos pela saída e está surpreso com a decisão. “Infelizmente, recebemos essa decisão da CDL, que é uma entidade muito importante e participou de toda a constituição da União”. “Depois solicitamos um diálogo com a diretoria da CDL para entender, unir forças, sempre reforçando a autonomia de cada entidade e para compreendermos e fazermos eventuais ajustes que forem necessários para demandas futuras e que seja um momento de aprendizado conjunto e união, sem desrespeitar as decisões. Não entramos em conflito, mas queremos entender”, expôs.
Sobre o motivo alegado pela CDL que faltou apoio da Unesin, Carnelos destacou que “no dia 26 de março tivemos uma assembleia das entidades para discutir a retomada e naquele dia todas as entidades foram favoráveis a reabertura do comércio. Foi até objeto de comunicado à prefeitura. O que não teve consenso foi quanto ao momento da reabertura. Alguns queriam de imediato e outros dia 6 de abril. E como foi uma decisão muito apertada não deu quórum. Então, a Unesin sobre o momento de reabertura não teve uma posição, somente sobre a retomada”, expôs.
O presidente concluiu dizendo que espera ter uma reunião com a diretoria da CDL para tratar do assunto. “Não entramos em rota de colisão, de forma alguma, por isso esperamos que possamos ter diálogo para entendimentos necessários”, completou.