Os industriais madeireiros de Sinop e região conheceram, ontem à tarde, o resultados do estudo “valores enraizados – indústria verde e o futuro de Mato Grosso”. Das 238 indústrias que foram analisadas, três são líderes em economia verde, 34 estão na fase de sensibilização, 131 em emergência e 41 já estão no processo intermediário.
O gerente de Economia e do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias de Mato Grosso, Pedro Máximo, expôs que setor madeireiro enfrenta algumas dificuldades nesse processo de inovação, como o custo alto para adequação do micro e pequeno produtor, das empresas familiares, mão de obra cara, maquinário, logística desfavorável e gastos altos com energia. “Então, o industriário do setor de base florestal ele fica meio preso nesse paradigma, como crescer sendo que eu tenho um mercado complexo e sendo que eu tenho muita espécie que o Brasil não compra, então qual a saída? A agregação de valor é atingir novos mercados, são as certificações”, considerou.
As certificações atendem exigências de grandes compradores, no Brasil e exterior, e as madeireiras que obtiverem vão alcançar novos mercados. O gerente menciona que, apesar das dificuldades enfrentadas no processo, é um passo importante para ampliar as opções de negócios. “Ter a certificação não é tão caro, o complicado é a adequação, é ter que fazer todo o processo porque você precisa da rastreabilidade, precisa autenticar todas as informações e isso custa caro”. “É mudar o modelo de produção, as vezes familiar para um modelo mais profissional, para que o mundo inteiro venha aqui e comprove isso”, afirmou.
Ele avaliou que o progresso do setor está aliado a implantação do manejo florestal – extração seletiva de árvores próprias para serem industrializadas. “O manejo florestal independente de posição política, ele é o caminho, a gente tem que focar mais no resultado e o manejo florestal é o resultado”, declarou, ao Só Notícias.
O gerente do observatório considera que a produção de produtos mais complexos como madeira laminada colada de madeira nativa (MLC) e madeira laminada cruzada (CLT), agrega valor e dá ao empresário novas opções de mercado. Mas para isso o produtor tem que investir em tecnologia, educação e inovação. “Ele vai conseguir além de atingir novos mercados no Brasil, bem como vender madeiras que não são atrativas no mercado brasileiro, mas são no mercado mundial”, explicou.
O coordenador de nacional de projetos da PAGE (Parceria para Ação em Economia Verde, instituição ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), Eduardo Chiletto, explicou que o estudo apresentado aos indústrias madeireiros de Sinop e região vai nortear as ações do setor de base florestal madeireiro da região e mostrará para o mundo que o Mato Grosso é sustentável para atrair investidores. Ele afirma que o Estado já está alcançando visibilidade a nível mundial e avalia que há boas chances para o desenvolvimento. “Vários produtos foram entregues e o último é esse, reunir com o setor para mostrar todo esse trabalho que foi desenvolvido. É evidente que Sinop é o polo de toda essa região, na verdade de madeireiras que tem aqui”, disse Chiletto, ao Só Notícias.
“Veio o representante da Finlândia aqui para o Brasil, no Mato Grosso, conversar com o presidente da Fiemt, convidando ele para ir para Finlândia conhecer toda a produção que eles tem lá, uma indústria fantástica, para poder trazer a tecnologia para cá e ajudar a produzir melhor. Fazer uma parceria com os produtores daqui, com as empresas locais para que se faça uma produção ainda mais sustentável do que já é hoje”, finalizou.
O estudo foi detalhado no auditório do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte (Sindusmad). A pesquisa foi feita pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias de MT (Fiemt) em parceria com a Parceria para Ação em Economia Verde (PAGE), instituição ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).