O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo-MT) afirmou que o reajuste acentuado nos preços dos combustíveis é decorrente dos aumentos de custos ao longo de toda a cadeia de comercialização de etanol, gasolina e óleo diesel. “Os preços têm subido muito nas refinarias e distribuidoras e os aumentos afetam todos os produtos”, afirma a entidade por meio de nota.
O maior aumento ficou por conta do etanol hidratado, anulando a vantagem desse derivado da cana de açúcar sobre a gasolina. Nas distribuidoras é possível verificar aumento de 34% entre os meses de outubro, novembro, dezembro e início deste mês no etanol.
Segundo o sindicato, nesta semana, nas distribuidoras, fornecedoras de combustíveis aos postos, é possível encontrar preços do etanol com R$ 0,30 de diferença entre uma e outra companhia. Algo incomum nesse mercado de preços similares. Essa diferença de aproximadamente R$ 0,30 centavos entre grandes distribuidoras e pequenas é um cenário novo no mercado, reforçando uma inverdade: a aparência de abuso nos preços.
Para o sindicato, o posto é o último elo desta cadeia comercial e não deve ser responsabilizados por tais aumentos, pois apenas fazem os repasses de preços que vem de usinas, refinarias e distribuidoras. “Isso sem falar que nos últimos meses, as elevações de preços têm penalizado a revenda com a diminuição de suas vendas, perda de clientes, a necessidade de intensificação de capital de giro, além de severos desgastes perante a opinião pública, já que os aumentos são incorretamente atribuídos aos postos”, destaca a nota.
“Os motivos para esses aumentos sucessivos são vários e não influenciados pelos postos. É preciso considerar o ajuste fiscal do governo federal que reajustou as alíquotas de PIS/Cofins e trouxe a volta da Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para a gasolina e o diesel. Tem a influência de reajustes no Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF), base de cálculo do ICMS, que passa por majorações quase todos os meses. E ainda aumentos de preços praticados pelas usinas produtoras de etanol anidro e a elevação dos preços do biodiesel das usinas pela mistura na gasolina e diesel, respectivamente, tudo conforme dados públicos disponibilizados pela Agência Nacional do Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural – ANP. O anidro subiu em média 14% entre os meses de outubro e janeiro. Já o biodiesel subiu 25% no mesmo período. Os índices são elevados, o que torna impossível o mercado absorver tais aumentos”.
No dia 29 de setembro do ano passado, a Petrobras anunciou o reajuste de preços de 6% para a gasolina e de 4% para o diesel. Muitos desconhecem que, além deste aumento oficial, as distribuidoras vem praticando pequenos reajustes em doses homeopáticas e afirmam que tais reajustes vieram da Petrobras. Esses sucessivos aumentos, quando somados, geram um grande aumento no preço de aquisição dos produtos pelos postos revendedores.
“Por fim, mas não menos importante, deve-se observar que os custos com energia elétrica, mão de obra, licenças ambientais, custos sociais do trabalho e uma série de novas exigências estabelecidas pelos órgãos públicos, que têm aumentado, consideravelmente, os custos de operação dos postos, isso sem falar no drástico aumento da carga tributária. Para se ter ideia desse cenário, em 30 de dezembro, o Ibama reajustou em 157% uma de suas taxas que é trimestral. Quem antes pagava R$ 900, agora paga mais de R$ 2 mil”.
Segundo o site da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em Sinop, o preço médio da gasolina comum é de R$ 3,77. É possível encontrar este combustível com o valor mínimo de R$ 3,49 e o máximo de R$ 3,94. Já o etanol tem o preço médio de R$ 2,75, sendo possível encontrá-lo com o menor preço de R$ 2,49 e máximo de R$ 2,94.