O setor de base florestal de Mato Grosso é um dos maiores sequestradores de carbono do mundo e tem um alto índice na redução do desmate. Este cenário que o presidente do Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado), João Baldasso, e o vice-presidente, Jaldes Langer, apresentarão segunda-feira (14), na 15ª Conferência Mundial de Mudanças Climáticas (COP 15) da ONU em Copenhage na Dinamarca.
Baldasso terá 20 minutos para apresentar o que o setor está fazendo para diminuir a poluição e apresentar a quantidade de floresta manejada existente no Estado. De acordo com o presidente do Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso), José Eduardo Pinto, uma das intenções durante a conferência é mudar a imagem dos empresários madeireiros, que há muito são taxados como vilões da floresta, e também conseguir incluir na pauta o pagamento do sequestro de carbono, que o manejo florestal gera. “Valorizando a floresta iremos contribuir com a preservação da mesma”, declarou. “O mundo todo olha para a Amazônia com preocupação, mas temos que mudar essa imagem porque é sempre colocado que Mato Grosso tem um desmatamento grande, mas não é essa a realidade”, complementou Eduardo.
Mato Grosso tem uma área de 2,3 milhões de hectares de manejo florestal e seu potencial deve chegar a 10 milhões. Esses dados serão apresentados no documentário produzido pelo Sindusmad, Cipem e Famad. Cerca de 1/3 dos municípios do Estado dependem exclusivamente da floresta e precisam mantê-la em pé. É por este motivo que o setor espera uma negociação para receber pelo sequestro do carbono, por meio do manejo florestal. O setor ainda calcula quanto poderia ser pago pela disponibilidade da floresta no Estado.
A conferência de Copenhague segue até o próximo dia 18. Ela coloca frente a frente as principais autoridades mundiais – países desenvolvidos e em desenvolvimento – na busca de formatar saídas para os problemas climáticos. Além do desmatamento evitado, devem passar pela pauta de discussões temas como o comércio de mercado de carbono, biocombustível, barreiras climáticas, redução da emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa, aquecimento global, entre outros.