Para conter as demissões na indústria, devido aos efeitos da crise econômica internacional, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) propôs que sejam tomadas medidas para “flexibilizar” a relação entre empresa e trabalhador, como a redução de jornada e suspensões temporárias de contratos de trabalho.
Para o gerente-executivo da unidade de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, neste momento de ajuste, por conta da crise econômica, é importante se adotar medidas micro e macroeconômicas para preservar os postos de trabalho e evitar demissões.
“Como esse ajuste é temporário, e esperamos que seja o mais temporário possível, até para que se tenha espaço para as políticas macroeconômicas operarem, é necessário flexibilidade nessa relação [patrão e empregado]”, afirmou Castelo Branco. “Temos que permitir ajustes de cargas horárias, jornada de trabalho, suspensões temporárias de trabalho, tudo o que a legislação já permite fazer, ser usado para viabilizar soluções temporárias, ou seja, que não seja o desligamento definitivo, que preservem o volume de empregos”, disse.
Além dessas medidas o governo deve agir, segundo o economista da CNI, de forma macroeconômica, com um conjunto de medidas de natureza fiscal e investimento público. “Mas preservando o controle das contas fiscais e as receitas correntes. Tem que haver a extensão dos prazos para pagamento de tributos, com redução de carga tributária em alguns casos”, argumentou Castelo Branco, cobrando ainda a redução da taxa básica de juros (Selic).
“A gente espera que a taxa de juros essa semana venha a ser cortada de forma expressiva, adequando a política monetária às necessidade de aumento das condições de liquidez e que represente uma resposta da polítrica monetária à deterioração das condições econômicas da produção”, disse o economista.