Diretores dos oito sindicatos do setor de base florestal de Mato Grosso entregaram, ontem, aos candidatos ao governo do Estado, durante reunião do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem), carta de reivindicações. Pedro Taques ouviu dos empresários florestais, as críticas e sugestões de atuação para melhorar o desenvolvimento do setor. Entre as principais estão questões sobre a política tributária e fiscal, que dificulta a competitividade de Mato Grosso frente a outros Estados produtores de madeira nativa, além de ingerências entre os órgãos ambientais no que diz respeito a ações de fiscalização.
Taques aproveitou a oportunidade para iniciar a resolução de alguns problemas que estão, há meses, emperrando o setor, como a questão da identificação da madeira, da pauta da madeira e do decreto de exportação, em ter outros. “Reconheço a importância desse segmento para a economia do estado e levarei em consideração o que está posto. Se for possível fazer, darei encaminhamento. Se não for, direi que não é possível e explicarei o porquê”, respondeu o governador, candidato à reeleição.
Na sequência da reunião, as questões foram apresentadas para o candidato Mauro Mendes e suscitou uma discussão aprofundada sobre as questões tributárias, visto a trajetória do mesmo como empresário. Mendes ressaltou que não pode abrir mão da arrecadação, mas pode estudar medidas que reduzam impostos e taxas e que aumentem a competitividade do estado frente a outros, resultando também em mais recursos para Mato Grosso. “Em um momento de crise como esse não dá para pensar em aumento de impostos, que só penaliza quem produz e movimenta a economia. É preciso trabalhar para fortalecer os setores que trazem recursos para o estado e fazem a economia crescer, com geração de empregos e divisas”, disse. Mendes pediu aos diretores do Cipem que elaborem uma proposta de política florestal a ser analisada e incluída no plano de governo.
O documento entregue aos candidatos traz diversos dados sobre o setor de base florestal no estado, como por exemplo, a geração de 90 mil empregos diretos e indiretos, a participação em 5,4% no Produto Interno Bruto (PIB) do estado, e a arrecadação aos cofres públicos em 2017 de mais de R$ 65 milhões apenas em Imposto sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) e Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab).
Sobre a formulação de políticas públicas para impulsionar o setor de base florestal, os empresários consideram fundamental resolver as questões tributárias e fiscais já apresentadas, diminuir ou extinguir taxas que só existem em Mato Grosso, adequar leis para solucionar os impasses nos sistemas e ações de fiscalização, que são divergentes entre os órgãos estaduais e federais. Para o presidente do Cipem, Rafael Mason, ao mesmo tempo é indispensável promover ações governamentais de fomento aos produtos florestais, como já acontece com outros setores. “Não estamos pedindo nada que se enquadre como favorecimento especial, que desrespeite a legislação ou que possa causar prejuízos ao erário e à sociedade. Só queremos segurança jurídica e mecanismos que garantam nossa competitividade nacional. Isso vai resultar, em um curto espaço de tempo, em benefícios para a sociedade com proteção ao meio ambiente”, enfatizou Mason.
A carta do setor de base florestal também será entregue aos demais candidatos ao governo nos próximos dias. A informação é da assessoria.