O setor de construção civil é um dos que mais registra acidentes de trabalho em Mato Grosso. Em 2008, último ano da pesquisa, foram 727, com 12 vítimas fatais. A maioria em obras de infraestrutura. O número foi superior aos 2 anos anteriores. Em 2007, foram 659 e, em 2006, 318. Já no número de mortes houve redução, nos outros períodos foram 19 e 14, respectivamente. Dados que colocaram o segmento na terceira posição em número de óbitos e quarto no de acidentes de trabalho.
Entre 2004 e 2008, Mato Grosso foi o campeão nacional em mortalidade ocasionada por acidentes de trabalho, de acordo com dados do Ministérios da Previdência Social. A taxa foi de 35,52 mortes para cada grupo de 100 mil pessoas economicamente ativas. No país, a média ficou em 10,01 no mesmo indicador. Neste mesmo período, o número de acidentes de trabalho no Estado dobrou, passando de 6.881 para 13.677.
Somente no ano passado, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso realizou 1.063 fiscalizações em indústrias da construção civil, número bem superior do que anos anteriores. Em 2008, por exemplo, foram 423 apenas. As ações resultaram em 762 autuações para 160 empresas, devido a constatação de irregularidades.
Uma das mais comuns é a falta dos Equipamentos de Segurança Individuais e Coletivos (EPIs e EPCs). Segundo a chefe do Núcleo de Segurança e Saúde do Trabalho, Marly Vasconcelos, a maioria dos acidentes ocorre devido quedas, soterramentos ou choques. Eles podem ser evitados se seguidas as normas de segurança. “A maioria dos acidentes é evitada com os equipamentos de segurança coletiva, implantados pela empresa, e é claro, também os individuais”.
Porém, na prática, isso nem sempre ocorre. “Geralmente nas obras menores, não há esta preocupação”.