Detentores de grande parte do rebanho bovino mato-grossense, municípios da região Norte também estão em alerta com a confirmação dos focos de febre aftosa na Bolívia, na semana passada. Mas, segundo o presidente da Associação ds Criadores do Norte de Mato Grosso(Acrinorte), Joaquim Martins Neto (Nenê), não deve afetar o segmento na região. “Acredito que não vai afetar, mas não deixa de ser preocupante já que o país é vizinho”, acrescentou.
Ele destacou que o setor espera que os órgãos competentes sejam eficientes para evitar a entrada de animais do país na fronteira. “O governo do Mato Grosso deve tomar todas as providências, fazer barreiras, e não deixar o gado entrar”, declarou. Frigoríficos da região também esperam uma forte atuação do governo para evitar novos prejuízos.
Essas medidas já vem sendo anunciadas. Assim que foram confirmados os focos, o governo brasileiro definiu uma série de estratégias para controlar o trânsito de animais na divisa. O Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) reforçou a fiscalização na fronteira, com o apoio do Ministério da Agricultura, que também mandou reforços.
Uma das preocupações é com as passagens clandestinas. Cerca de 150 propriedades que ficam na divisa com o território boliviano serão vistoriadas. Os Estados do Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre, que também estão na fronteira com a Bolívia, se uniram para evitar a entrada da doença no país.
Mato Grosso tem um rebanho de 26,6 milhões de cabeças e figura com três municípios entre os 10 maiores produtores de gado do país. Um deles é Juara (300 km de Sinop), com 995 mil animais. O Estado não registra casos da doença há 11 anos. Na semana passada iniciou a vacinação dos rebanhos com até um ano.
Mas, mesmo sem a doença, também sofreu os efeitos da confirmação de focos em 2005, no Paraná e Mato Grosso do Sul. Alguns países embargaram às exportações de carne, resultando no aumento da oferta interna e queda nos preços.