O dólar encerrou em baixa nesta sexta-feira pelo sexto dia consecutivo. A moeda norte-americana fechou a 2,462 reais, no menor patamar desde 8 de maio de 2002.
Analistas apontaram, no entanto, que o volume de negócios na parte da tarde foi bastante reduzido com a proximidade do final de semana. No fechamento, o dólar recuou 0,12 por cento.
Na mínima da sessão, a divisa caiu a 2,456 reais e perto do intervalo para almoço chegou a subir ligeiramente –mas o cenário externo tranquilo evitou a pressão.
“Sexta-feira à tarde não tem muito fluxo, então o mercado fica bem parado, meio travado”, explicou José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.
“Pela manhã teve um comprador grande no mercado e por isso deu uma estressada.”
Analistas apontaram que o volume de negócios tem sido menor nos últimos dias e qualquer fluxo mais acentuado, seja de entrada ou de saída, acaba influenciando a cotação.
Desde o começo do mês, o volume de negócios no segmento interbancário tem ficado perto ou abaixo de 1,5 bilhão de dólares.
Para João Medeiros, diretor de câmbio da Pioneer Corretora, o mercado tem funcionado exclusivamente em cima de fluxo. “E como persistem as exportações, não tem como (o dólar) subir”.
Medeiros destacou ainda o fato de muitos bancos manterem grandes posições vendidas. Na quarta-feira, o Banco Central informou que os bancos continuaram vendidos em abril, em 2,577 bilhões de dólares.
“Além disso, o risco-país está caindo, a bolsa subindo, tudo isso representa uma situação tranquila no mercado.”
Nesta tarde, o risco Brasil, medido pelo banco JP Morgan, cedia 7 pontos, para 423 pontos-básicos sobre os títulos do Tesouro norte-americano. O Ibovespa subia 0,8 por cento.
O gerente da Novação destacou ainda que o baixo nível do dólar gera expectativas sobre o retorno do BC ao mercado e algumas tesourarias chegam a pressionar a cotação à espera de um leilão de compra de dólares. A autoridade monetária manteve-se fora do mercado de câmbio nesta sessão, como já tem feito desde a segunda quinzena de março.