Produzir algodão na safra 2008/09 em Rondonópolis será mais caro que em Sorriso. Quem aponta é a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por meio da pesquisa de preços, com dados colhidos ainda em setembro, que Agronotícias teve acesso. Enquanto na região Sul o agricultor precisará investir mais de R$6,2 mil a cada hectare, na região Norte (Sorriso), R$5,9 mil.
Em Rondonópolis, de acordo com a estatal, o custeio deve representar 78,25% das despesas do plantio, o que indica aplicação superior a R$4,9 mil a cada hectare. Somente os fertilizantes devem consumir 36,40% do orçamento, ou R$2,2 mil.
Ao custeio estão inclusas ainda as operações com máquinas, aviões, aluguéis, mão-de-obra temporária, fixa, sementes, fixas, agrotóxicos. A aquisição de agrotóxicos deve consumir a segunda maior parcela de gastos e, caso os números se confirmem, cada produtor precisará, em média, R$1,8 mil por hectare.
Na pós-colheita o produtor de Rondonópolis pode ter custo na casa dos R$555,12 a cada hectare utilizados para o seguro de produção, assistência técnica, transporte, armazenagem, beneficiamento.
Quanto às despesas financeiras (embutidos juros), chegam a R$311,54 por hectare. Somando-se os custos variáveis de custeio, pós-colheita e este último, o desembolso atinge R$5.775,85/ha, ou 92,07%.
Por outro lado, quando adicionados os mesmos custos variáveis mais os fixos (encargos, seguro do capital fixo, manutenção periódica de máquinas/implementos), e também as depreciações (benfeitorias/instalações, implementos e depreciação de máquinas), atinge-se a cifra dos R$6 mil, sendo esta resultante conhecida por custo operacional.
Para chegar ao custo total que o agricultor precisará aplicar a Conab elencou ainda a adição do custo operacional com a renda de fatores (remuneração esperada sobre capital fixo, terra). Levando-se em conta as diferentes vertentes do custo de produção, a safra 2008/09 de algodão em Rondonópolis pode resultar em investimentos de R$6.273,61/ha.
Em Mato Grosso, de acordo com a própria Conab, a próxima safra desta cultura terá redução de 16% a 20% (percentual inferior ao indicado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola que citou 27%). Se as estimativas se confirmarem o produtor terá a sua disposição de 433,4 a 455,1 mil hectares para plantar algodão.
No entanto, em 2007/08, ocupou 541,8 mil hectares. Dentre os diversos fatores que justificam a redução da área plantada destaque- se a alta nos preços dos insumos e a concorrência com a soja, cuja as cotações encontram-se mais positivas.