O transporte coletivo de Rondonópolis pode parar, deixando milhares de pessoas a pé. A possibilidade de greve foi repassada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres de Rondonópolis e Região (STTRR), Luiz Gonçalves da Costa. A greve pode ocorrer caso os trabalhadores da empresa que explora o transporte coletivo municipal – Cidade de Pedra – não aceitem a proposta de reajuste salarial ofertada pelos patrões.
Luiz Gonçalves informou que ontem (21) esteve em Cuiabá, onde se reuniu com os diretores da Cidade de Pedra, Paulo Sérgio e Hélio Dalmasio, os quais fizeram a proposta de 6% de reajuste salarial aos trabalhadores, R$ 30 de gratificação de função aos motoristas e, conforme estava previsto na convenção em vigor, a manutenção de 1,3% de gratificação aos motoristas sobre o valor do preço da tarifa recebida dos pagantes. Mesmo assim, Luiz justificou que a empresa disse que somente teria condições de conceder o reajuste, caso houvesse aumento do preço da tarifa na cidade.
Faz cerca de quatro anos que não há aumento no preço da tarifa do transporte coletivo em Rondonópolis. Por sua vez, o representante do STTRR externou que a proposta feita em nome dos trabalhadores reivindica um reajuste salarial de 15%, além de gratificação fixa de função aos motoristas no valor de R$ 100,00 e gratificação de função de 2% sobre o valor da tarifa recebida dos pagantes. Luiz Gonçalves explica que a gratificação é paga porque os motoristas da empresa, praticamente, estão atuando sem cobradores. Eles querem ainda redução da jornada de trabalho, de 7h20 para 6h por dia, e aumento dos itens da cesta básica.
O STTRR protocolou a pauta de reivindicações dos trabalhadores desde março deste ano e, desde então, está em negociação com a empresa. Luiz Gonçalves repassou que a empresa vem alegando, nesse período, falta de condições de conceder aumento, além da preocupação com a possibilidade de entrar em vigor o passe-livre. Diante da proposta efetuada ontem pela empresa, o presidente vai convocar assembleia para que os trabalhadores deem sua posição a respeito da oferta. A data da assembleia não tinha sido definida até ontem.
A empresa Cidade de Pedra, segundo o STTRR, conta com 185 funcionários, sendo cerca de 130 motoristas. Particularmente, o presidente do Sindicato acredita que, dificilmente, a proposta feita pela empresa será aceita pelos funcionários, que cobram aumento real e, no caso dos motoristas, melhoria da gratificação de função. Mas ressaltou que a definição partirá dos trabalhadores, em assembleia.
Luiz Gonçalves assegurou que o STTRR já está autorizado a decretar greve. Caso a proposta da empresa não seja aceita pelos trabalhadores, como manda o curso comum, há o prazo de 72 horas para deflagração da greve no setor.