A cidade de Rondonópolis aparece mais uma vez como líder entre os municípios mato-grossenses que mais exportam. Dados divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e referentes às vendas externas de janeiro a abril deste ano mostram que a cidade foi a que mais embarcou mercadorias ao mercado externo, totalizando US$ 267,318 milhões, o que corresponde a 14% do volume total exportado pelo Estado (US$ 1,889 bilhão). As importações realizadas pela cidade somaram US$ 53,742 milhões, gerando um saldo de US$ 213,576 milhões.
Por ser uma cidade onde se concentra boa parte da produção agrícola de Mato Grosso e sede de muitas empresas esmagadoras de soja, além de escritórios de comércio exterior, Rondonópolis vem mantendo nesta posição há vários anos, e para os próximos quatro deve permanecer nesta condição, apesar da ameaça de outros municípios, a exemplo de Sapezal.
Isso porque nos meses de fevereiro e março, esta cidade ficou na primeira posição no ranking estadual, passando Rondonópolis para a segunda colocação. Porém em abril, o posto foi recuperado pela cidade localizada no Sul do Estado.
Para o economista e especialista em Comércio Exterior, Vitor Galesso, a oscilação das primeiras posições na lista dos maiores exportadores estaduais, principalmente entre estas duas cidades pode ser explicada, principalmente, pelo fato do Grupo André Maggi ter transferido sua sede para Cuiabá, cujo anúncio foi feito em fevereiro deste ano. “Com isso a empresa, que é uma das principais exportadoras do Estado, leva para onde vai os números decorrentes das exportações”, diz ao reafirmar que nos próximos anos Rondonópolis ainda deve se manter como maior exportador mato-grossense, isso porque tem grande concentração da produção agrícola além de outras grandes esmagadoras como a Bunge Alimentos.
Ainda conforme a balança comercial brasileira por município, Sapezal – em segundo lugar no primeiro quadrimestre – foi responsável pelo embarque de US$ 225,213 milhões e uma importação de apenas US$ 32,656 mil, gerando o maior saldo entre os municípios do Estado, com US$ 225,180 milhões, maior até mesmo que o de Rondonópolis. Na terceira posição aparece a cidade de Sorriso, com embarques totais de US$ 172,493 milhões e importações de US$ 135,072 mil e um saldo de US$ 172,358 milhões.
Para o economista Vivaldo Lopes, entre os motivos para a alteração do município no primeiro lugar na lista de exportadores está a mudança de algumas bases de exportação de Rondonópolis para Sapezal, já que a cidade oferece a oportunidade de exportar grãos por meio de hidrovia, rumo a Porto Velho, em Rondônia. “Com isso as empresas acabam reduzindo os custos do escoamento de seus produtos , fazendo com que haja esta alteração no ranking dos municípios”, diz ao acrescentar que a tendência é que a região de Sapezal cresça ainda mais no futuro, motivado também pela alta produção de milho.
O consultor Econômico da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Carlos Vitor Timo, completa ainda que por não ter esmagadora de soja, Sapezal pode ser um dos grandes contribuintes para a venda da oleaginosa em grão, cujo volume embarcado cresceu 63%, passando de 2,593 milhões de toneladas para 4,228 milhões (t), no período.