A construção do trecho ferroviário de 250 quilômetros entre Alto Araguaia e Rondonópolis, no Mato Grosso, saiu do papel. A América Latina Logística (ALL) assinou com grupo de investidores contrato de construção. O investimento de R$ 700 milhões será feito por um grupo liderados pela Constran S/A – Construções e Comércio, o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo Serviço – FI – FGTS, da Caixa Econômica Federal, e o InfraBrasil, Fundo de Investimento em Participações, do Banco ABN. A Constran é a construtora controlada pelo empresário Olacyr de Moraes, idealizador da Ferronorte (comprada pela ALL).
A obra, que será uma espécie de PPP privada, será arrendada pela ALL por 25 anos e ao final do contrato será incorporada à companhia. Segundo a ALL, o projeto está sob avaliação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Sendo aprovado, a obra será concluída em 2010. “Investidores realizam as obras, mas nós operamos, pagando como se fosse um pedágio para o dono da ferrovia”, disse recentemente o presidente da ALL, Bernardo Hees à Gazeta Mercantil.
Segundo ele, a obra não será “trabalhosa”, pois não há grandes trechos montanhosos e sinuosos. “É um trecho em linha reta e obras de grande porte deverão envolver apenas duas ou três pontes. Na verdade, esse trecho vai viabilizar o transporte de soja por ferrovia já que os produtores levam a produção para um terminal em Alto Araguaia para fazer o transbordo para o trem”, ressaltou Hees. “É um modelo viabilizado pela iniciativa privada que pode ser reproduzido em projetos de duplicação e contornos ferroviários na malha brasileira”. O projeto inclui toda a obra física e as desapropriações previstas ao longo da via.