O rendimento da população mato-grossense diminuiu 9,7% entre 2008 e 2009. O ganho mensal das pessoas ocupadas passou de R$ 1,232 mil para R$ 1,112 mil, conforme aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009 divulgada nessa quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A diferença mais expressiva ocorre no rendimento médio mensal das mulheres economicamente ativas, que reduziu 10%, passando de R$ 939, em 2008, para R$ 853, em 2009. Os homens também apresentaram queda na renda, de R$ 1,400 mil para R$ 1,276 mil – o percentual é de 8,8%.
Para o economista Anaor Carneiro, os indicadores comportam o cenário econômico observado no ano passado. Segundo ele, os efeitos da crise mundial, que começou no final de 2008, deixaram resultados negativos para serem colhidos em 2009. “O problema atingiu, principalmente, o setor produtivo. Com isso, muitos empresários tiveram de reduzir o quadro de funcionários”.
De acordo com o PNAD 2009, a concentração desses rendimentos, medida pelo Índice de Gini, é de 0,476 (quanto mais perto de zero, menos desigual é a distribuição), sendo o 4º menor índice do País, perdendo para o Amazonas (0,463), Santa Catarina (0,463) e Amapá (0,469). Em relação ao mercado de trabalho em Mato Grosso, os reflexos da crise internacional, provocaram aumento na taxa de desocupação, de 5,8% para 6,2% em 2009.
No Brasil, em relação a 2008, houve aumento de 18,5% na população desocupada (de 7,1 para 8,4 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade), sobretudo entre os mais jovens, e crescimento da taxa de desocupação, de 7,1% para 8,3%, invertendo uma tendência de queda nesse indicador que se mantinha desde 2006.
Já população ocupada, estimada em cerca de 92,7 milhões de brasileiros, não se alterou significativamente frente ao ano anterior (aumento de 0,3%), e o nível de ocupação caiu de 57,5% para 56,9%. Em Mato Grosso, a diferença foi de 2,8%, atingindo em 2009 1,561 milhão de pessoas trabalhando, ante a 1,158 milhão observado no ano anterior. O setor de serviço, que detém maior representatividade no Estado, foi a única atividade econômica mato-grossense, que entre 2008 e 2009, apresentou aumento na quantidade de pessoas empregas – a distribuição das pessoas ocupadas nesse segmento passou de 38,4% para 40,6%. A atividade agrícola é a segunda com maior participação (23,9%) no mercado de trabalho de Mato Grosso.
Dados nacionais da pesquisa apontam que houve aumento do percentual de empregados com carteira assinada, de 58,8% em 2008 para 59,6% em 2009. O rendimento mensal real de trabalho também permaneceu em elevação, com aumento de 2,2% entre 2008 e 2009, e a concentração desses rendimentos, medida pelo Índice de Gini, continuou se reduzindo, de 0,521 para 0,518.