A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, disse nesta sexta-feira que o País ainda não iniciou racionamento de gás em decorrência da crise na Bolívia e que não vê necessidade de adotar essa medida nas próximas duas semanas.
Ela afirmou que o governo está elaborando um plano que postergue a necessidade de contingenciamento de gás no mercado interno, por exemplo, substituindo-o por outros combustíveis na geração térmica de energia em refinarias da Petrobras.
“Estamos fazendo cenários. Como cenário médio, achamos que temos condições de contornar esse problema por mais de 2 semanas”, disse a ministra.
A avaliação do governo brasileiro esta manhã é que a situação no país vizinho dá alguns sinais positivos de melhora.
“A crise na Bolívia não é de continuidade. É uma crise de desenlace imediato (…) ela pode afetar o Brasil, mas temos de nos posicionar para minimizar esses efeitos”, afirmou a ministra a jornalistas em evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Ela afirmou que o Brasil também atua no front político, com envio do assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, à Bolívia.
“Houve melhoria de ontem à noite para hoje, já que houve a sucessão do presidente (Carlos) Mesa. A avaliação é que o grau de radicalização tinha diminuído”, declarou Dilma comentando que algumas estradas já estão sendo liberadas.
O plano do governo brasileiro para evitar o racionamento de gás também inclui uma série de ações para ajudar o envazilhamento de gás liquefeito de petróleo (GLP) na Bolívia, liberando os tanques onde são depositados os líquidos que resultam da produção de gás.
Dilma afirmou que o consumidor residencial não sofrerá com a crise boliviana porque o GLP (gás de cozinha utilizado no país) não é fornecido pela Bolívia.