A The Nature Conservancy (TNC), organização não governamental que atua em mais de 35 países desenvolvendo ações para conservar plantas, animais e ecossistemas, e o Ministério do Meio Ambiente, estão investindo mais R$ 15 milhões em 12 municípios de Mato Grosso, para levantar informações que irão auxiliar na regularização de passivos ambientais. Os recursos são do BNDES (Banco Nacional Desenvolvimento Econômico Social), via Fundo Amazônia, assim como do Banco Mundial, e a iniciativa conta com o apoio das prefeituras, entidades de classe e iniciativa privada.
Nova Mutum é um dos municípios onde o trabalho está começando. Representantes da ONG reuniram-se com representantes da prefeitura, câmara de vereadores, sindicato rural e empresas de assessoria ambiental, para apresentar o projeto. “Estamos em um estágio de definir o papel de cada um dentro do processo, para atingirmos juntos os mesmos objetivos”, explicou Gina Timótheo, coordenadora da TNC em Mato Grosso. O foco é a adequação ambiental de propriedades rurais, de maneira a se criar um cenário ideal para o produtor providenciar o licenciamento. O produtor precisa aderir projeto e a TNC, em parceria com a prefeitura, faz todo o diagnóstico da propriedade. Serão levantados dados com áreas de preservação permanente, além de passivos e ativos ambientais. “Com isso ele vai saber se tem problema, qual é o tamanho, quanto custa e qual a solução”, disse.
Segundo Luciane Copetti, coordenadora regional da TNC, em Nova Mutum está sendo trabalhado na análise de dados já existentes. “Temos imagens de satélite do município e informações sobre áreas já georeferenciadas e certificadas pelo INCRA. Com isso, vamos identificar o que falta ser feito. Ao concluir teremos informações de 100% do município. Depois, os agricultores, através de seus engenheiros ou escritórios de preferência, terão informações completas e oficiais para encaminhar o licenciamento”, disse.
Os R$ 15 milhões serão divididos entre os 12 municípios que integram o projeto. O recurso está sendo e será utilizado para a contratação da equipe para fazer o georeferenciamento, assim como os demais levantamentos necessários, a exemplo do diagnóstico de áreas exploradas e preservadas, assim como de vegetação remanescente.
Em Lucas do Rio Verde o trabalho já vem sendo desenvolvido há 4 anos e em Sorriso, há cerca de um ano e meio. Com recursos do BNDES o trabalho será realizado também em Nova Mutum, Tapurah, Nova Ubiratã, Sapezal, Campos de Julio, Cotriguaçu e Juruena. Já em Juína, Feliz Natal e Brasnorte, o pacto financeiro vem do Banco Mundial. “O processo todo dever ser desenvolvido ao longo de 4 anos, mas depende muito da dinâmica em cada município”, explicou Gina.
Entre os presentes na reunião estiveram o prefeito Lírio Lautenschlager, o presidente da câmara, Luiz Carlos Gonçalves e do presidente do sindicato, Alcindo Uggeri. Eles foram unânimes ao dizer que trata-se de um projeto importantíssimo, já que vai ajudar os agricultores na regularização ambiental de suas propriedades. “O Cadastro Ambiental Rural – CAR, que será o fruto da iniciativa da TNC, atende inclusive uma das exigências para que os produtores passem a integrar o MutumGap, projeto de certificação que estamos trabalho desde 2009”, disse Lírio.