A pavimentação de toda a BR-163 no eixo Cuiabá-Santarém (PA) não deve ocasionar apenas queda no custo do frete no escoamento da produção de Mato Grosso para portos do arco norte, mas também atingir a população de modo geral. Com a previsão do aumento no tráfego de caminhões e carretas carregando grãos, o coordenador-executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, projeta o retorno deles, do Pará, com mais cargas, inclusive produtos da zona franca de Manaus, que podem chegar a preços mais acessíveis ao consumidor final na região Norte mato-grossense. Ainda não há números mas a projeção já é trabalhada.
“A BR-163 agora é uma realidade e ela vai estar concluída nos dois próximos anos até Santarém. Em função disso na próxima safra já vamos ter 3 milhões de toneladas sendo escoadas pelo Tapajós, o rio, em Miritituba (PA). E com esse escoamento vão passar por aqui mais de 75 mil caminhões. O crescimento é geométrico pois em 2015 serão 6 milhões de toneladas, 150 mil caminhões, em 2016 são 12 milhões de toneladas, 300 mil caminhões. Em função disso vamos ter produtos que não só vão ser escoados […] mas também retorno de cargas, fertilizantes, calcário e produtos da zona franca de Manaus. O objetivo é mostrar que ganha o setor produtivo e a comunidade em geral, vamos receber em Sinop produtos diretamente da zona franca de Manaus produtos com um custo menor”, disse, no Seminário de Integração do Corredor BR-163, em Sinop, ontem.
A Zona Franca de Manaus é um modelo de desenvolvimento econômico implantado pelo governo. De acordo com a superintendência da zona, ela compreende três polos econômicos: comercial, industrial e agropecuário. Somente o industrial, por exemplo, possui aproximadamente 600 indústrias de alta tecnologia com meio milhão de empregos, diretos e indiretos. Aparelhos celulares e de áudio e vídeo, televisores, motocicletas, concentrados para refrigerantes, entre outros, estão entre os produtos fabricados.
Segundo Edeon, praticamente 25% da BR ainda precisa ser asfaltado. O que apontou ser um avanço em relação aos outros anos. “Para quem não tinha nada há três anos, temos bastante coisa. Esse ano, daqui de Sinop até Miritituba, deverão ficar faltando uns 130 quilômetros para pavimentação, mas o DNIT estará garantindo a trafegabilidade deste trecho. Então, já a partir da próxima safra, até fevereiro, esse sonho passar virar realidade e isso vai acontecer”, acrescentou.
Conforme Só Notícias já informou, Sinop foi primeira parada do Estradeiro, organizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), para inspecionar o andamento das obras de asfaltamento da rodovia até Santarém. Uma caravana de 110 pessoas formadas por produtores e técnicos saiu, ontem, de Cuiabá. Um relatório ainda deve ser divulgado. O Estradeiro prossegue hoje por Itaituba e termina amanhã em Santarém.