Maior produtor de girassol do país, responsável por 61% da produção nacional, Mato Grosso deve colher 56,5 mil toneladas do grão na safra 12/13. Produção passada foi de 79,4 mil toneladas, ou seja, a redução pode chegar a 28%. Apesar da estimativa de diminuição na produtividade, que poderá passar de 1,686 mil quilos para 1,2 mil por hectare na safra 12/13, dados do último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que a área cultivada permanece em 47 mil hectares. No país, a produção esperada é de 92,7 mil toneladas.
Conforme o produtor Sérgio Introvini, de Campo Novo do Parecis, distante 384 quilômetros de Cuiabá e maior região produtora do grão em Mato Grosso, ainda é cedo para estimar a redução na produtividade. Ele acredita em aumento da produção assim que iniciar o plantio, em 15 de fevereiro.
Há 6 anos plantando o girassol, o produtor afirma que ainda está aprendendo a cultivar a flor amarela. “Há muitas dificuldades, principalmente de incentivo do governo, logística e alta carga tributária”, cita o produtor. Apesar disso, ele considera o negócio rentável. A área plantada na propriedade varia de 2 a 3 mil hectares, com produtividade estimada em 25 sacas de 60 quilos por hectare. O produtor também produz milho, soja e algodão.
Ele explica que o girassol é facilmente adaptável ao clima do Estado, seco e quente, o que propicia um grão de boa qualidade, com alta extração de óleo. “O grão rajado vai para as rações de pássaros, enquanto o maior, geralmente preto, é utilizado para a fabricação do óleo degomado”. Além disso, a oleaginosa é uma cultura adaptável à segunda safra, geralmente a do milho. O produtor cita ainda que com a chegada de novas tecnologias aplicadas no campo, a produtividade do girassol pode vir a crescer.
O Brasil rivaliza com o país vizinho Argentina, maior produtor de girassol da América do Sul, cuja área plantada atinge 1,6 milhão de hectares e produção de 3,5 milhões de toneladas por ano. De lá, vêm cerca de 16 mil toneladas de óleo degomado, já que o Brasil consome 75,8 mil toneladas, com uma produção de 58,3 mil toneladas, conforme dados da Conab. A expectativa do consumo de óleos nobres e saudáveis, como o do girassol, para os próximos 5 anos é de consumo de 272 mil toneladas.