Anuário estatístico divulgado nesta sexta-feira (22) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aponta que a produção de biodiesel em Mato Grosso está 57% abaixo da capacidade. Levantamento é referente ao ano de 2010 e aponta que as 22 indústrias em operação no Estado naquele período poderiam produzir 1,323 bilhão de litros, porém a produção totalizou apenas 568,171 milhões (l).
Ociosidade é motivada, segundo representantes do setor, pela baixa quantidade de biodiesel adicionada ao óleo diesel, seguindo determinação do governo federal, que atualmente é de 5% (B5). Secretário do Sindicato das Indústria de Biodiesel de Mato Grosso (Sindibio/MT), Rodrigo Prosdócimo, afirma que o setor tenta junto ao governo o aumento da mistura do biodiesel, porém isso depende da divulgação de um novo marco regulatório. "O B5 era para entrar em vigor em 2013, porém houve a antecipação do percentual, que começou em 2010. Então agora não há como aumentar a produção porque não temos autorização", analisa ao comentar que há 3 semanas representantes do setor se reuniu em Brasília e souberam que nova regulação é analisada.
Mato Grosso é o Estado que detém o maior número de unidades produtoras de biodiesel, porém, a maior capacidade e volume produzido estão concentrados no Rio Grande do Sul, que com apenas 6 usinas tem capacidade para 1,363 bilhão de litros e produziu 605,995 milhões (l) em 2010, segundo a ANP. Uma das vantagens dos mato-grossenses, segundo o secretário do Sindibio é que mais da metade da produção estadual é enviada a outras unidades da federão, e assim tem comercialização garantida.
Na lista de produtores do país estão, na ordem (conforme quantidade de unidades produtoras), São Paulo (7), Minas Gerais (6), Goiás (5), Paraná (4), Mato Grosso do Sul (3), Pará, Rondônia e Tocantins (2), Ceará e Rio de Janeiro (1).
Segundo Prosdócimo, em Mato Grosso mais unidades devem entrar em operação. "Em Rondonópolis, a indústria Noble Brasil começou a esmagar soja e em breve vai produzir biodiesel e a Agrenco, em Alto Araguaia, entrou em funcionamento". Grande parte da produção deriva da soja e sebo.