O presidente do Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte (Simenorte), Eleandro Kremer, acredita que se o governo do Estado não fizer uma revisão em sua política tributária, muitos empresários do setor madeireiro podem acabar mudando de ramo. A previsão pessimista do dirigente é devido ao reajuste de 3,5% que a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) decidiu fazer sobre a lista de preços mínimos da madeira em Mato Grosso.
Ele acredita que, neste primeiro momento, não haverá fechamento de empresas na região. No entanto, esta situação pode não ser tão improvável assim a um médio prazo. “As empresas devem manter o quadro de pessoal. Não acredito em fechamento de empresas ou desempregos neste momento. Mas se esta situação continuar como está, muitos empresários podem mudar de ramo”, declarou, em entrevista ao Só Notícias.
Para o presidente, a taxa tributária para o setor é muito alta, o que vem encarecendo os produtos revendidos. “Seria bom que este reajuste não acontecesse. Nosso setor já tem muitas taxas. O governo vem colocando impostos e mais impostos. É hora de rever isto”.
Conforme Só Notícias já informou, o aumento está em vigor a partir de hoje. O presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte (Sindusmad), José Eduardo Pinto, explicou que a Sefaz pretendia fazer um reajuste que poderia chegar até 10% sobre alguns dos produtos. No entanto, representantes de sindicatos fizeram algumas reuniões com a equipe técnica da secretaria para que este aumento “não fosse tão oneroso para o setor”.
Na prática, quanto maior o valor na lista de preços, maior é o volume de impostos pagos e, para alguns casos, nem sempre o valor da pauta acaba sendo o valor de mercado praticando por algumas empresas. Segundo o presidente, a Sefaz utilizou o argumento da correção inflacionária.