O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso, conselheiro Antonio Joaquim, participou como palestrante nesta quinta-feira, em Brasília, do programa "Debate qualificado com temas de vanguarda", organizado pelo Conselho Federal de Administração (CFA). Abordou o tema Desafios do Gestor Público e explanou sobre o Programa de Desenvolvimento Institucional Integrado (PDI), criado pelo TCE-MT visando a melhoria da gestão pública. Também participou do evento, como palestrante, o presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas (Atricon), Valdecir Pascoal.
Segundo o conselheiro, um dos principais desafios advém do fato de que os agentes políticos eleitos para gerir os entes públicos normalmente não foram preparados tecnicamente para a atividade pública. "São pessoas que vêm da iniciativa privada, onde se processa uma lógica diferente, se faz tudo que a lei não proíbe, enquanto que no órgão público só se pode fazer o que está previamente na lei".
Ademais, observou Antonio Joaquim, partidos políticos e escolas não capacitam aqueles que, por exemplo, desejam ser candidatos a prefeito e a vereador. Depois, têm que lidar com leis orçamentárias, transparência, gestão submetida a três esferas de poder, fiscalização etc.
Por isso, defendeu o presidente do TCE-MT, a importância da existência de carreiras técnicas como de gestor público, para formações como de administrador, contador, economista etc. "O agente político inteligente é aquele que busca qualificação e também se cerca de técnicos preparados", disse.
PDI
O presidente disse que o Tribunal de Contas de Mato Grosso criou o PDI exatamente para suprir essa deficiência encontrada na gestão pública. "São seis projetos, sendo que o primeiro está voltado para a cultura do planejamento estratégico. Infelizmente, muitos órgãos trabalham na intuição e na tentativa de dar resposta às demandas que chegam diariamente. Sem planejar é difícil administrar", pontuou.
O PDI objetiva transferência de conhecimento, tecnologias e boas práticas de gestão. Os outros projetos visam a transparência da gestão conforme a Lei de Acesso à Informação, capacitação por meio de EAD, controle gerencial utilizando o Geo Obras, transferência de tecnologia visando modernização institucional e o TCEndo Cidadania, com exercício prático de realização de audiências públicas para elaboração de orçamentos.