A solução para o velho problema da falta de armazéns na estocagem do milho, que já começa ser “guardado” mais uma vez a céu aberto em Mato Grosso, está no investimento em infraestrutura logística. A cobrança aos governos federal e estadual é feita pelo presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, que em entrevista ao Só Notícias, disse que o Estado tem vocação para exportar, “mas faltam as obras acontecerem”.
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que 80% dos 2,5 milhões de hectares cultivados já foram colhidos no Estado, que tem a safra estimada em 15 milhões de toneladas. “Uma supersafra não é um problema, é uma solução para o Brasil, uma oportunidade. Mato Grosso vive um momento de fartura. Nós tivemos uma safra ano passado de aproximadamente 7 milhões de toneladas e esse ano passa de 14, talvez 15. O problema é que nós não temos infraestrutura logística, por isso o milho está a céu aberto e corremos o risco de se deteriorar a safra no Estado”, disse Fávaro.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que Mato Grosso tem capacidade para armazenar 27,6 milhões de toneladas, no entanto, a distribuição desse espaço não é igualitária. Não há números oficiais sobre a quantidade de milho já a céu aberto no entanto, pelo menos em Lucas do Rio Verde e Sorriso isso já é realidade. Problema que segundo Fávaro, “aliado” ao da logística de transporte, deixa Mato Grosso para trás na concorrência com outras praças.
“O governo tem que trabalhar para desburocratizar o Brasil, para que as obras de infraestrutura aconteçam. Mato Grosso tem a vocação de exportar pelos arcos do arco Norte, a partir de São Luís (MA) até Itaquatiara (AM), passando por Santarém (PA), Belém (PA), Santana. O governo tem que fazer a parte dele para que as obras aconteçam e os produtos de Mato Grosso cheguem a estes portos e aí vai ter competitividade”.