O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Mario Candia, criticou a forma como as negociações do plano de recuperação judicial do Frialto estão acontecendo, em artigo publicado em Só Notícias. No dia 16 deste mês, a empresa fará a quarta tentativa de negociação entre os devedores. Nas outras quatro oportunidades, as assembleias foram suspensas pelo pedido dos bancos que não concodavam com o plano proposto.
Candia declara que não virá a Sinop para participar da assembleia de credores. “Por quê? Porque como credor e presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso não acredito mais nas ‘boas intenções” do Frialto, pois quem fala e decide pelos Bellincanta, são os bancos e não os pecuaristas e os trabalhadores, que são meros expectadores nas assembleias gerais convocadas”.
O pecuarista ainda afirma que a proposta do plano de recuperação do empreendimento é “indecente para o pagamento à vista de R$ 15 mil e, acima desse teto, em dez anos para pagar os R$ 95 milhões que estão devendo aos pecuaristas que trabalharam três anos para produzirem o boi gordo entregue nos frigoríficos”.
O presidente afirma ainda que partir do próximo ano irá encampar uma campanha “incessante” junto aos pecuaristas da região Norte para não venderem mais boi para o Frialto. “Eu não vendo mais”, afirma ele.
A dívida
Ao todo, 1.203 pecuaristas são credores de 12 estados que chega a R$ 95 milhões. A maior parte dessa dívida é com os pecuaristas de Mato Grosso, que corresponde a 50,37% do débito com R$ 47,8 milhões a receber por parte de 49,37% dos credores, totalizando 594 pecuaristas, divididos em 37 municípios.
O frigorífico tem dívidas com pecuaritas dos estados de Rondônia, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Goiás, Amazonas, Maranhão e Rio Grande do Sul.
A empresa protocolou o pedido de recuperação judicial na Comarca de Sinop no dia 24 de maio deste ano. O grupo possui oito unidades de abates em cinco estados (MT, MS, RO, SP, GO). Em Mato Grosso são três plantas, localizadas em Nova Canaã do Norte, Matupá e Sinop. A dívida total do Frialto está avaliada em R$ 564 milhões.