Os preços dos alimentos subiram de 0,89% em março, para 1,29% em abril e se refletiram nos índices oficias de inflação divulgados hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo (IPCA), relativo às famílias que ganham até 40 salários mínimos, fechou abril em 0,55%, mais do que o dobro da taxa medida no mesmo mês de 2007 (0,25%).
Também fechou em alta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referente às famílias com renda de até seis salários mínimos. O INPC saiu de 0,26% em março, para 0,64% em abril deste ano.
“Não aconteceu nada diferente do que aconteceu nos últimos meses”, disse a economista Eulina Nunes, responsável pela pesquisa do IBGE. “Desde 2007, a inflação está associada à alta dos alimentos”.
Segundo o IBGE, os alimentos foram responsáveis pela metade da taxa do mês. O destaque é o pão francês, que ficou 7,33% mais caro. O aumento foi puxado pelo trigo, devido à restrição das exportações argentinas, o que afetou também outros produtos, como farinha (6,8%), pão doce (3,02%) e macarrão (2,34%).
“As commodities, que têm preço elevado e crescente no mercado internacional, pressionam o mercado doméstico”, explicou Eulina Nunes. “No caso do trigo, a alta vem por conta da restrição de exportação da Argentina”, acrescentou, ao afirmar que o produto é importante no perfil de consumo das famílias.
No mês de abril também pesou mais no bolso do consumidor os gastos com a cebola (15,87%), leite (3,56) e óleo de soja (3,18%). Por roupas e materiais de limpeza também pagou-se mais. Os produtos subiram, respectivamente, 1,53% e 1,42%.