Os preços ao consumidor subiram 0,13% nas quatro semanas de outubro. A taxa de inflação, apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), divulgada hoje (1º) pela Fundação Getúlio Vargas, ficou 0,17 ponto percentual abaixo da apurada na semana passada (30 dias fechados em 22 de outubro) e é a menor desde julho do ano de 2006 (0,06%).
De acordo com o coordenador do levantamento, André Braz, o recuo na inflação é resultado principalmente da desaceleração nos preços dos alimentos na última semana de outubro.
“As pressões que o grupo alimentação começou a registrar em outubro, que partiram de alimentos in natura, cederam. Frutas e verduras, que tinham mostrado forte aceleração, concluíram o mês já em desaceleração e isso abriu espaço para um aumento médio menor no grupo alimentação”, explicou o coordenador.
Os dados da pesquisa apontaram redução de 0,75% para 0,25% na variação média dos preços dos alimentos em relação ao levantamento da semana passada. O recuo foi registrado em 14 dos 21 itens avaliados e com maior intensidade nas frutas (de 9,28% para 6,70%), nas hortaliças e legumes (de 2,88% para 1,88%) e nos laticínios, cujos preços ampliaram a trajetória de queda (de 5,36% para 6,03%).
Aumentos menores de preços também ocorreram no vestuário (1,31% para 1,30%) e nas despesas com educação, leitura e recreação (0,17% para 0,13%). Os preços ligados à habitação, que tinham subido 0,06% no levantamento anterior, caíram 0,05% e os gastos com transportes continuaram em queda (de 0,17% para 0,19%).
As despesas diversas e com saúde e cuidados pessoais mantiveram as mesmas taxas de inflação registradas no levantamento da semana passada (0,04% e 0,25% respectivamente).
“Muitos alimentos processados, partindo de reajustes do atacado para o varejo, também já mostraram aumentos menores”, observo Braz, ao avaliar as perspectivas da inflação a partir dos resultados de outubro. “Derivados do trigo e da soja, commodities como arroz e feijão, todos eles, apresentaram aumentos menores na conclusão do mês de outubro, abrindo espaço para taxas mais baixas no grupo alimentação já no mês de novembro.”
Segundo ele, o cenário indica quadro favorável para o fechamento de 2007. “O prognóstico de inflação ao começar o penúltimo mês do ano é bem favorável. Há espaço para que a taxa acumulada do ano, pelo menos aqui no índice da Fundação Getulio Vargas, fique abaixo da meta [estabelecida pelo governo] de 4,5%”, avaliou Braz.
O IPC-S apura semanalmente a variação de preços durante 30 dias anteriores em sete capitais do país: Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Para o levantamento divulgado hoje foram considerados os preços ao consumidor praticados entre 1º e 31 de outubro.