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Preço do leite aumenta 8% em Mato Grosso

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As indústrias de laticínios estão em festa pelo aumento de 8% no preço do leite UHT e tipo C nas gôndolas dos supermercados em Mato Grosso. Os derivados do leite como manteiga, leite em pó, iogurtes e queijos também devem apresentar novos preços a partir deste mês. A seca na região Sul, no Uruguai e Argentina, além das chuvas no Nordeste – um dos maiores produtores do país – deve criar uma ‘bolha’ do leite em Mato Grosso, favorecendo um cenário de novas altas futuras no preço do produto. As indústrias também devem começar a pagar entre R$ 0,50 a R$ 0,60 ao produtor, enquanto o preço médio era de R$ 0,47.  O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínio de Mato Grosso (Sindilat), Eldor Sontag, disse durante a reunião da Seder Itinerante, na câmara de Alta Floresta, que Mato Grosso manteve a produção em alta no período das chuvas – a pior para o setor, onde naturalmente há queda na produção. “Tivemos uma boa safra e teremos estoques para abastecer o Sudeste do país”.

A elevação nos preços do produto deve refletir no aumento da procura dos produtores em produzir o leite. “Acredito que o agricultor familiar deverá aumentar a produção, mas sem grandes investimentos, apenas com tecnologia contidas no programa mato-grossense de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite”.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Rural, Neldo Egon Weirich, comenta que é necessária cautela na análise do programa, já que ele é desenvolvido a médio prazo. “Não é algo imediatista. Hoje o Estado produz 1,6 milhão de leite por dia e até 2015, a meta é aumentar para 5 milhões de litros por ano, mas isso deve ocorrer por meio de várias ações como os arranjos na produção primária com correção de solo, melhora genética do gado leiteiro, melhora nas instalações físicas e capacitações, para que futuramente os produtores possam encontrar oportunidades de preços melhores durante crises”.

A produção local de leite demonstra que ainda há muito mercado para ser explorado pelas indústrias. O secretário Neldo Weirich disse que aproximadamente 70% de todo leite produzido no Estado é transformado em queijo; cerca de 60% desta quantia em mussarela. O restante é embalado em saquinhos do tipo “barriga mole”, e outros derivados como iogurte e leite condensado. Apenas duas empresas produzem leite ultra processado (UHT), os de caixinha”. 

Cerca de 24 mil produtores fornecem leite para as indústrias do Estado. Mas, eles conseguem retirar das vacas apenas 70 litros/dia – valor abaixo do mínimo sugerido de 200 litros/dia para que a atividade tenha lucro.

Outra meta do programa é aumentar a capacidade de produção dos laticínios, embora tenham capacidade instalada de 2,7 milhões de litros de leite por dia, hoje são processados 1,6 milhão de litros de leite por dia. Conforme o Sindilat, dos 96 laticínios, 53 são legalizados com registros no Ministério da Agricultura, Secretaria de Fazenda e o restante são informais.

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