terça-feira, 5/novembro/2024
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Preço do feijão sobe mais de 100% em Mato Grosso

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Entre os meses de janeiro e junho deste ano, o feijão acumula uma alta de até 130%. De R$ 1,30 no início de 2010, o quilo do grão chega em junho às prateleiras por um preço que varia entre R$ 3 e R$ 4, cerca de R$ 2 mais caro que o preço de janeiro. Esses preços foram apurados de uma mesma marca de feijão, uma das mais baratas disponíveis no mercado local. Durante os ano de 2009, a média de preço dessa mesma marca ficou em R$ 1,47, 42% a menos que a média registrada nos 6 primeiros meses de 2010, quando a média está em R$ 2,10. A queda na produção é o principal motivo apontado por comerciantes e beneficiadores do grão.

Relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta para uma redução de 21,6% na área cultivada na segunda safra, que está se encerrando. Em Mato Grosso, 56,8 mil hectares deixaram de ser plantados nesta temporada. O diretor da rede de supermercados Modelo, Altevir Magalhães, diz que o feijão é um produto cujo consumo varia no decorrer do ano, o que acaba influenciando nos preços. Ele exemplifica que no fim do ano passado, como havia muita oferta, o valor despencou. Em baixa, os produtores preferiram não investir no grão, que agora tem mais demanda do que oferta, pressionando os valores para cima.

“O feijão tem o ciclo curto, sendo assim, conforme o mercado se comporta, o produtor investe ou não no plantio e os reflexos são imediatos. Com os preços em alta, pode se esperar uma produção maior e queda futura nos preços”, argumenta Magalhães. A previsão, segundo Roseli Valério Gonçalves, das indústrias Caiabi e Milão, é que entre agosto e setembro os preços voltem a cair. “Os produtores mato-grossenses estão com estoques em baixa e vão plantar à medida que o milho for colhido”. As principais cidades produtoras de feijão são Sorriso, Primavera do Leste e Campo Verde.

O último levantamento de grãos divulgado em junho aponta para um incremento de 21% na produção desta terceira safra, que deve atingir 942 mil toneladas. Até lá, Altevir Magalhães não acredita que os preços continuem subindo. “Estamos no ápice, não há espaço para mais aumento, até porque as vendas começaram a cair”. Outro ponto colocado por Magalhães é com relação ao crescimento do consumo de maneira geral. “O feijão é um produto consumido em massa e o aumento do poder aquisitivo da população influencia diretamente no consumo”.

Por esse mesmo motivo, Magalhães não acredita numa retoma aos patamares do ano passado. “Vai haver uma queda de preços, mas não deve chegar tão baixo como foi em 2009, quando chegou perto de R$ 1”. A queda também é anunciada pelo Comper. Conforme a gerente de operações, Izilda Maria da Silva, nas próximas semanas os preços do feijão devem declinar. “O nosso departamento de compras tem informações dos fornecedores de que nas compras seguintes este preços já deve vir mais baixo”.

 

 

 

 

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