A relação de preço entre o etanol e a gasolina já é inferior a 70% em Mato Grosso. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a média de preço do Estado fica abaixo de R$ 4,50, sendo que em Cuiabá há postos com valores inferiores a 4,10.
“Desde dezembro, iniciamos um movimento de queda gradativa dos preços do etanol em proporção superior à da apresentada pela gasolina, esse movimento pode gerar alta na demanda para etanol e as estimativas são de estabilidade”, aponta a diretora executiva do Sindicato das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Sindalcool), Lhais Sparvoli.
No segundo semestre passado, a alta nos preços do barril de petróleo e problemas climáticos no Brasil influenciaram negativamente na oferta de etanol, e nos preços dos combustíveis no Brasil, ocasionando um aumento no consumo da gasolina.
Com a redução da demanda e a manutenção da oferta, os preços passaram a apresentar queda e voltaram a ser competitivos. Em Mato Grosso, que diferente de outros estados tem o milho como principal fonte de produção do etanol, a alíquota do ICMS é outro fator que garante o valor diferenciado.
“A alíquota do ICMS em Mato Grosso é de 12,5%, a menor do país. Este é um aspecto significativo na formação de preços no estado”, avalia Sílvio Rangel, presidente do Sindalcool e vice-presidente da Fiemt.
O biocombustível com origem no milho representa atualmente mais de 60% da produção do estado e tem gerado uma estabilidade na oferta do produto. Isto porque o cereal pode ser armazenado por um período maior. Sendo assim, as unidades produtoras de etanol de milho têm a capacidade de manutenção do fornecimento por todo o ano, trazendo para o estado os melhores preços do país.
Os critérios consideram que o etanol de cana ou de milho, por ter menor poder calorífico, tenha um preço limite de 70% do derivado de petróleo nos postos para ser considerado vantajoso.