O consumidor ainda terá de agüentar até o final de abril ou o início de maio para ver baixar o preço do álcool na bomba, segundo estimativa do CBIA (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura). De acordo com o consultor Adriano Pires, a estabilização dos valores acontecerá durante o mês de abril, e a queda dos preços na usina, apenas em maio.
A diminuição para o consumidor deverá acontecer em seguida, já que distribuidoras e postos de gasolina se queixam da queda das vendas em razão dos altos preços. “A diminuição vai depender do ritmo de moagem da cana, mas o preço deve baixar com o processamento total da safra em maio”, afirmou Pires.
Já a Unica (União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo), que não gosta de estabelecer prazos, divulgou por meio de sua assessoria de imprensa que o preço do álcool deverá começar a cair nos próximos 60 dias.
Isso porque a antecipação da safra para este mês de março atingiu poucas usinas. Já em abril, 93% das indústrias já estarão fazendo a colheita. A Unica prevê também, neste ano, um aumento de 1 bilhão de litros sobre os 14,4 bilhões produzidos no ano passado no centro-sul do país.
Neste mês, com a colheita de safra em etapa inicial, o consumidor corre o risco de ter de arcar com preços ainda mais altos. O aumento de R$ 0,05 esperado para o álcool nesta semana ainda não chegou às bombas devido à queda do consumo do produto. Normalmente, os estoques comprados na última semana já teriam acabado no início entre segunda e terça-feira, mas a sobra adiou a compra.
A alta no preço vem dos usineiros. Segundo relatório divulgado na sexta-feira passada pelo Cepea (Centro de Estudos Aplicados em Economia Avançada) da Esalq, órgão ligado à Universidade de São Paulo, o produto na usina já chegou a R$ 1,20.
O preço médio do litro do álcool nos postos do Estado de São Paulo subiu R$ 0,14 e chegou a R$ 1,705, segundo pesquisa da ANP (Agência Nacional de Petróleo) entre 26 de fevereiro e 4 de março.