O preço da gasolina no Brasil está entre 47% e 50% acima do cotado no exterior, de acordo com o consultor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Adriano Pires, que considera para a análise o valor do combustível sem a incidência de tributos.
De acordo com ele, o que aconteceu foi que o preço do barril do petróleo caiu, desde o começo da crise, e a Petrobras não repassou as quedas nas cotações para o combustível. “Ela alega que, quando o barril estava cotado acima de US$ 100, ela não havia repassado e que agora está recuperando as perdas”, explicou.
A interpretação é de que a empresa vai tentar ao máximo não repassar a baixa do preço do barril do petróleo, para tentar compensar as perdas que obteve, quando a commodity foi valorizada e não foram reajustados os preços do combustível no Brasil. Pires afirmou que, somente a partir de abril, maio, é que a Petrobras poderá reduzir os preços.
No final de abril do ano passado, a Petrobras reajustou a gasolina em 10% nas refinarias, ao passo que o diesel teve aumento de 15%.
Na ocasião, a estatal havia afirmado que o reajuste foi definido levando em consideração um novo patamar internacional dos preços do petróleo, em uma perspectiva de médio e longo prazos, estando “em linha com as premissas definidas no plano estratégico da Petrobras de manter parametrizados os preços dos derivados ao mercado internacional”.
Depois disso, a partir de setembro, quando o preço do petróleo começou a cair, a empresa afirmou que não reduziria o valor dos combustíveis.
Ao consumidor
Apesar de não ter reajustes nas refinarias, o preço da gasolina nos postos brasileiros registra aumentos, de acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Entre dezembro de 2007 e de 2008, o avanço foi de 0,28% para R$ 2,511 o litro, em média.
O combustível pesa para o brasileiro também devido à cobrança dos tributos. De acordo com levantamento do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), os tributos representam 53,03% do preço final do combustível.