A crise financeira internacional chegou ao setor elétrico brasileiro e provocou uma queda na demanda por energia elétrica de 5,6% neste mês em relação a novembro e de 3,1% em comparação a dezembro do ano passado. Os dados constam do Boletim de Carga Mensal, cujos valores preliminares da carga de energia demandada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) estão sendo divulgados hoje (30), no Rio de Janeiro, pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).
Segundo o órgão, a queda é o reflexo da continuidade da turbulência financeira internacional e “da retração das expectativas dos consumidores ao aumento do consumo, e a limitação de crédito tem contribuído para a diminuição do ritmo de expansão da produção industrial de bens duráveis”. A conjuntura levou a que, no acumulado dos últimos doze meses, a demanda por energia junto ao SIN crescesse apenas 2,8%, em relação ao período imediatamente anterior.
A demanda total por energia ao Sistema Interligado em dezembro foi de 49,42 mil Megawatts (MW) médio, contra uma demanda média, de janeiro a dezembro deste ano, de 51,86 MW. Os dados do SIN indicam que a maior retração ocorreu no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, cujos valores preliminares de carga de energia indicam uma retração de novembro para dezembro de 6,8%, superior, portanto, em 1,2 ponto percentual à queda nacional. Em relação a dezembro do ano passado, esta retração chega a – 5,1%.
“A demanda da atividade econômica da região tem sido muito afetada pela crise internacional, levando setores de grandes representatividades da indústria a tomarem medidas preventivas de redução da produção, com paralisações temporárias e antecipação de férias coletivas”, afirma o ONS.
Também houve variações negativas nos subsistemas Sul (- 1,6% frente a novembro e estabilidade em relação a dezembro do ano passado, de 0,2%); e Nordeste (- 6,9% frente a novembro e – 1,7% frente a dezembro do ano passado). A exceção foi o subsistema Norte, que embora tenha fechado negativo em 1,6% frente a novembro, chegou a crescer 3,7% em relação a dezembro do ano passado.
Nas taxas anualizadas, todos os subsistemas fecharam com resultados positivos, com destaque para a região Norte (4,1%); Sul (3,5%); e Nordeste (3,1%). Região de maior parque fabril do país, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste foi o que menos cresceu: 2,3% – resultado inferior ao crescimento anualizado para o total do sistema, de 2,8%.