O Conselho de Administração da Petrobras (PETR3, PETR4) discutiu novos reajustes no preço da gasolina na última sexta-feira (3), declarou nesta tarde em coletiva de imprensa a presidente Maria das Graças Foster.
"Se eu acredito [que vai acontecer]? Tenho que acreditar sempre, e discutir sempre, por números, fatos e dados, que é necessário", afirmou. "Esse é meu papel como presidente da Petrobras." Durante o encontro, diz Graça Foster, os diretores repassaram por todos os pontos que afetaram o balanço da companhia no trimestre e apresentou projeções para o restante do ano.
A presidente ressaltou que a política de preços da petrolífera é de médio a longo prazo, e que a correção nos preços, em busca da paridade total, é importante.
Essa necessidade pode ser vista no resultado trimestral da empresa, onde o segmento de abastecimento reportou um prejuízo de R$ 7,03 bilhões, contra os R$ 4,60 bilhões negativos nos três primeiros meses do ano. Dessa forma, o resultado foi negativo em R$ 11,63 bilhões no semestre, contra perdas de R$ 2,37 bilhões no mesmo período de 2011.
No final de junho, a Petrobras reajustou a gasolina em 7,83% e o diesel em 3,94%. Poucos dias depois, já em julho, a companhia elevou em mais 4% o preço do diesel. Mesmo assim, a defasagem nos preços continua a ser de até 15% sobre o mercado internacional, estimam analistas.
Paridade não causou o prejuízo
Entretanto, a presidente voltou a defender que não foi a falta de paridade dos preços que levou a companhia ao prejuízo, já que a maior parte do efeito negativo decorre da desvalorização do real. O resultado financeiro passou de ganhos de R$ 465 milhões no primeiro trimestre para perdas de R$ 6,40 bilhões no segundo trimestre.
Apesar disso, a presidente defendeu que a petrolífera ainda tem muito a fazer para incrementar seu resultado, como a eficiência na produção e um controle de custo mais efetivo. Ao mesmo tempo, há, também, um esforço para reduzir a importação de gasolina e diesel, pela entrada em operação de novas unidades de processamento.